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Imortais Efêmeros – Gerson Lodi-Ribeiro

Essa coletânea reúne 4 contos que expandem o universo ficcional criado na novela Quando os Humanos Foram Embora. Neste longínquo futuro, os seres humanos superaram dificuldades morais da nossa época e se tornaram Imortais.

Em Animais de Estimação temos a narração do encontro de uma humana, Laila, e um alienígena da espécie gandolphiana, Arguto. A relação entre as espécies é respeitosa, mas não totalmente amigável. Os gandolphianos pedem auxílio aos humanos para uma questão, mas por trás das relações práticas há um desejo dos alienígenas de obter compreensão mais profunda de tecnologias dominadas pela humanidade e também da psicologia de nossa espécie.

Muito ligados a seus animais de estimação, os gandolphianos finalmente obtém um terrível entendimento sobre uma das características da humanidade quando investigam o passado remoto da espécie humana e sua relação com animais de estimação.

Em Caminhos sem Volta, vemos exploradas duas questões afins desse universo ficcional. Uma delas é a forma que a humanidade lida com crimes, punições e recondicionado de infratores e sua reintegração na sociedade. 

A outra, é a como a imortalidade pode afetar a exploração de ambientes potencialmente hostis. Este conto explora uma perigosa missão recebida por um ex-criminoso. Ele deve desvendar o motivo que levou dois exploradores a terem sido dados como mortos.

Em Amor Esquecido, vemos o que acontece quando um casal se separa de forma trágica. A companheira, morta num acidente, retorna à vida, porém, descuidada de seu “backup de memórias”, ela perde mais de cinquenta anos de sua vida pregressa. Será possível que ele casal consiga reconstruir sua relação após tais eventos?

E por último, Lokii em Ragnarok, temos um cientista civil, sendo o primeiro convidado para avaliar uma rara condição de quarentena imposta a um sistema estelar após a humanidade descobrir ali uma nova e peculiar espécie alienígena que foi chama de Lokii. 

Este é o maior conto da coletânea e também o que mais desperta a curiosidade do leitor. Afinal, por que foi necessário estabelecer a quarentena? É possível superar o dilema ético que levou os cientistas a tomar esta decisão?

Essa é uma coletânea com ótimos contos de ficção científica que estimulam a imaginação e curiosidade do leitor. Uma ótima adição ao universo ficcional dos Imortais Efêmeros.

Arquivista – Vinícius Lobo

Adquiri essa HQ no FIQ 2022, pelo financiamento do Catarse, e finalmente ela ficou pronta e chegou esses dias. Já vimos aqui duas outras obras do autor, Ilha dos Ratos, uma mistura de fábula, crítica social e história de investigação no estilo Noir, e Caxinã, uma HQ nacional e independente sobre Kaijus, monstros gigantes inspirados em filmes da cultura pop japonesa, como Godzilla.

Em sua mais recente obra, Vinícius Lobo nos leva a uma narrativa dividida em três episódios, inspirada pelo formato do filme Memories (1995) de Katsuhiro Otomo. Neste universo, sobre o qual temos um vislumbre por três episódios, vemos um pouco dos acontecimentos em torno do surgimento, estabelecimento e modificação de uma máquina/inteligência artificial conhecida como Arquivista.

O primeiro episódio ocorre no passado e mostra as origens da máquina/organização, talvez ali no período da revolução industrial. Tudo começa com a usurpação de uma pesquisa.

O segundo, ocorre num tempo análogo à nossa época contemporânea, e envolve um incidente de consequências terríveis envolvendo a tripulação de um navio, que reflete no “vazamento” de armas biológicas sobre em uma cidade.

O terceiro episódio ocorre num futuro distópico em que o Arquivista se estabeleceu como uma entidade que monitora e controla a sociedade. Aqui vemos aspectos negativos que podem ocorrer com a sociedade quando uma ferramenta de inteligência artificial sob o controle de grupos de interesse se estabelece.

Talvez, possamos ler como uma alusão ao sistema atual que vemos em partes do mundo e da influência de grupos econômicos e tecnológicos sobre a vida social. Aqui, temos uma guerrilheira e hacker insatisfeita com a situação de seu mundo, lutando para modificá-lo a partir de seu elemento chave, o próprio código-fonte da inteligência artificial que influencia e modera o funcionamento social.

Uma das coisas que aprecio nas obras do autor é que ver que ainda é adepto do processo analógico de produção. Vemos aqui seus traços cuidadosos e bom domínio da construção de cenas em preto e branco com o bom e velho nankin.

Além disso, o autor vem demonstrando um domínio crescente da própria forma da narrativa visual inerente e única à nona arte. Então, o Arquivista é uma ótima opção para os apreciadores de uma narrativa de ficção científica, repleta de ação e que nos dá um vislumbre de um universo fictício, bastante particular, com um toque tupiniquim e que emerge da mente do autor.

A Senhora do Lago – A Torre da Andorinha e Batismo de Fogo – Andrzej Sapkowski

Já comentamos individualmente os livros O Último Desejo, A Espada do Destino, O Sangue dos Elfos e Tempo do Desprezo.

Resolvi reunir o três últimos livros desta saga numa única resenha. É… Faço coisas esquisitas, mas a razão é que estou tentando escrever esse texto sem dar spoilers e concluir de uma só vez essa série de resenhas.

Algo que unifica essas três obras é o sofrimento prolongando vivenciado por Ciri, Geralt e Yennefer ao mesmo tempo em que mais e mais personagens e diferentes narradores e pontos de vista são introduzidos na história.

É claro que o interesse do leitor está centrado em Ciri e Geralt, mas ele precisará ler muita história relacionada e paralela que ocorre com outros personagens secundários, ou mesmo que só aparecem de passagem na trama, para descobrir o que acontece com os protagonistas no final.

Em alguns momentos, esses “desvios” funcionam, pois, o leitor acaba gostando de alguns personagens e situações, mas em outros momentos, em que a identificação não ocorre, essa estrutura narrativa torna-se um obstáculo à leitura. Percebi a vontade de saltar alguns trechos dos livros e acredito que isso possa acontecer com outros leitores. Mesmo com isso, vale a pena? Sim!

A presença de personagens como Jaskier ou do anão Yarper Zigrin são sempre bem vindas. Regis, Milva, Cahir e Angoulême também são personagens novos e muito interessantes. Algumas tramas relacionadas à grande guerra entre Nilfgaard e os reinos do norte vão acompanhar esses livros. Como isso afeta os humanos, os não humanos, principalmente elfos, anões e as dríades de Brokilon.

O leitor irá encontrar os seguintes elementos na leitura: Tramas politicas, espionagem entre reinos, companhias de mercenários, batalhas e perseguições, muitos personagens que morrem, descrições sanguinolentas e cruas, passagens bem humoradas, locais interessantes, criaturas estranhas, discussões banais e discussões filosóficas, texto de história passada e futura, pontos de vista diversos e registrados em diferentes formatos, etc.

O papel de Ciri e seu significado na ordem das coisas vai sendo revelado aos poucos, e alguns antagonistas muito interessantes vão marcando presença, tais como: o mago Vilgefortz, o espadachim Bonhart, o nilfgaardiano Stephen Kellen, o rei dos elfos, o imperador Emyr, entre outros.

No último livro, como já se é esperado, ocorre o grande climax e reunião entre Geralt, Ciri e Yennefer. Mas mesmo depois disso, há ainda muita história para acontecer. É como um epílogo gigantesco que tem algumas partes boas e outras, nem tanto.

O final da saga é estranho. Não posso dizer que gostei muito do final, mas a série como um todo é muito boa. Desde o princípio o autor brinca com diversas lendas de nosso mundo, no último livro, a bola da vez foram as lendas arturianas.

Mesmo com algumas barrigas, a série é muito bem escrita, tem personagens interessantes, bons momentos de suspense e prende a atenção, quase sempre.

Tempo do Desprezo – THE WITCHER -Livro 4 – Andrzej Sapkowski

Tempo do Desprezo, publicado na Polônia em 1995, é o quarto livro da série The Witcher.

A história continua de onde O Sangue dos Elfos parou.

O livro eleva a tensão de seus predecessores, seguindo uma forma narrativa com vários pontos de vista. Uma estrutura peculiar. Por um lado, pelas variações adotadas não cansa o leitor, por outro exige mais do mesmo, que precisa preencher algumas lacunas.

É sempre bom destacar a boa qualidade da prosa que junta o humor a um contexto violento e rude.

Foi o livro da série, até então, que estabeleceu um ritmo de leitura acelerado, do tipo que o leitor não quer parar, com equilíbrio entre momentos descontraídos e tensos.

O livro tem várias passagens memoráveis, como o passeio de Ciri no burgo, o banquete na Ilha de Thanedd e toda a sequência que se passa na Frigideira, um deserto cheio de perigos.

Não é o objetivo aqui detalhar informações sobre a trama, até para não dar spoilers. Talvez, ajudar quem não leu nenhum livro, ou apenas alguns deles a se decidir se vale continuar investindo na leitura da série.

Para quem não leu nenhum, ou apenas viu a série no streaming, esse quarto livro funciona como uma espécie de clímax/reviravolta que renova a o interesse e torna praticamente impossível não continuar lendo a série.

Para quem leu o primeiro, ou os dois primeiros, vale lembrar que a partir do terceiro livro o autor adota um novo formato narrativo, ainda que não totalmente linear, tratando do destino de Ciri e os personagens que gravitam ao seu redor como Geralt, Yennefer e Jaskier.

Para quem leu o terceiro, o quarto é como uma segunda metade da história, mais tensa, e que além de aprofundar o mundo, suas questões políticas e personagens, trás algumas importantes reviravoltas.

Enfim, ao concluir a leitura deste quarto livro, temos a sensação de que realmente valeu a pena o conjunto da leitura, criando-se grande expectativa em relação aos próximos livros da série.

Patrulha para o desconhecido – Roberto de Sousa Causo

A Plutão livros, através de sua Coleção Ziguezague, trás de volta ao leitor histórias de Ficção Científica pouco conhecidas do público.

A noveleta Patrulha para o desconhecido ganhou o prêmio Nova de ficção científica em 1991 e ficou terceiro lugar no prêmio Jeronimo Monteiro, concurso nacional de Ficção Científica realizado em 1990/91 pela Isaac Asimov Magazine. Este concurso recebeu 444 trabalhos de 17 estados brasileiros. Esta nova edição é a primeira republicação desde que saiu na Isaac Asimov Magazine 14.

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