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Quad 2

Como falamos aqui antes, a Quad é uma HQ que reune quatro quadrinistas produzindo histórias de Ficção Científica num mesmo universo compartilhado.

A edição #2 foi vencedora do Troféu HQ Mix 2015. Segue-se o padrão de edição de alta qualidade, trazendo ao leitor uma experiência ímpar.

Os 10 conteúdos mais acessados por aqui em 2020

Eu costumo fazer uma avaliação anual aqui do blog. Então lá vai:

Décimo lugar
Resenha da HQ independente Kung-fu Ganja

Nono lugar
Página do meu romance de fantasia, Olhos Negros

Oitavo lugar
Resenha da HQ – O Mundo de Edena (Moebius)

Sétimo lugar
Resenha do romance Glória Sombria (Roberto de Sousa Causo)

Sexto lugar
Resenha da “Trilogia A Primeira Lei” (Joe Abercrombie)

Quinto lugar
Resenha da antologia Os Melhores Contos Brasileiros de Ficção Científica (fronteiras)

Quarto lugar
Postagem sobre a artista Elena Berezina “Sharandula”

Terceiro lugar
Resenha de A Casa dos Muitos Caminhos (Diana Wynne Jones)

Segundo lugar
Dica: Criação de personagens e jogos de RPG, parte 1

Primeiro lugar (disparado…)
Resenha de Os Melhores Contos Brasileiros de Ficção Científica


A Lenda do Mastim Demônio – Diego Guerra

Chamas do Império: A Lenda do Mastim Demônio. São Paulo: Editora Draco, 72 páginas.

“Seja corajoso como os outros. Eles lutam. Eles comem.”

A Lenda do Mastim Demônio é uma noveleta de fantasia, com temática e linguagem adultas, que funciona como prelúdio para o livro O Teatro da Ira. O autor, Diego Guerra, escolheu como opção narrativa contar essa história do ponto de vista do irmão Belic, um monge que vive atormentado por seus próprios fantasmas e dúvidas e que busca alívio em sua fé.

Depois de conhecermos um pouco o irmão Belic, adentramos na narrativa principal, em que o próprio monge conta sobre os primeiros anos de vida de Mastim, o garoto selvagem que se torna Jhomm Krulgar, um dos protagonistas do livro O Teatro da Ira.

A história se passa em um mundo, em que há um império, mas que este enfrenta dificuldades para manter-se unificado e permanece imerso em conflitos.

A narrativa é envolvente e nela se misturam momentos claramente narrados pelo irmão Belic e outros em que a figura de Belic cai para o segundo plano e episódios da vida de Mastim são narrados.

A história funciona por si só, sem depender do outro livro ao qual está ligada. Nela conhecemos Mastim, um garoto que é criado literalmente como um cão por Dodd, o mestre dos cães do monastério. Dodd é uma figura odiosa, um bêbado de natureza rude e cruel, entregue a prazeres mundanos.

Nessa história, conhecemos, em detalhes, fatos que são narrados em O Teatro da Ira de forma resumida, muitas vezes, em flashbacks. Como Mastim cresceu, como era visto por aquela sociedade e sua relação com a garota Liliah, a única pessoa que lhe deu algum afeto naquela primeira fase de sua vida. E também, seu primeiro encontro o Dhäen que mais tarde será seu companheiro de aventuras.

Neste mundo mundo, existe uma raça não-humana, os Dhäeni. São proscritos e discrimidados pela sociedade e foram recentemente libertados de sua condição de escravidão. Os Dhäeni, além de ex-escravos, são mágicos por natureza, fazendo magia através de canções. Mas, não vemos muito disso nessa narrativa.

A prosa do autor é envolvente, trabalhando bem sequências de ação, os diálogos e o aspecto reflexivo do monge narrador. Não dá pra deixar de citar o fato de que há muita violência e crueldade em pontos específicos da história e o leitor deve estar preparado para isso.

O balanço geral é que é um livro curto de fantasia, bem construído, que abre as portas para a narrativa mais completa e complexa de O Teatro da Ira. Recomendo.

No momento dessa postagem, o livro está com uma promoção muito boa na Amazon.

Site do autor:
https://diegoguerra.com.br/

As Melhores Novelas Brasileiras de Ficção Científica

Bem, depois de um hiato em relação às resenhas anteriores, chegamos ao último exemplar dessa coleção. Diga-se de passagem, o hiato foi geral em relação a resenhas durante a pandemia. Já vimos aqui as coletâneas organizadas por Roberto de Sousa Causo, Os Melhores Contos Brasileiros de Ficção Científica, e a edição extra, Fronteiras.

Cabe exaltar o fato de que se não fosse pelo trabalho de pesquisa e organização da obra por Roberto de Sousa Causo, muitos não teriam a chance de ter acesso e ler essas pérolas da literatura nacional de FC.

Nesta edição temos quatro histórias de tamanho médio, maiores que contos e menores que romances, vamos a elas. Na minha percepção, nenhuma delas chegou a explorar elementos de ficção científica mais a fundo, com elementos científicos/tecnológicos propriamente ditos, todas são histórias especulativas mais próximas ao realismo fantástico.

Zanzalá (1936) – Afonso Schmidt

Este texto de 1936 é uma viagem que nos leva a uma sociedade utópica situada em Cubatão em 2028. Vemos alguns elementos de evolução tecnológica como a eletricidade transmitida pelo ar. Vemos uma comunidade de artistas e agricultores vegetarianos que levam uma vida simples, como a de uma comunidade alternativa da “nova era”, com as necessidades básicas bem resolvidas. Uma espécie de visão de futuro anacrônica cuja evolução tecnológica não foi a mesma que vivenciamos. 

Somos apresentados a um jovem casal que pretende adquirir matrimônio, sendo a esposa uma bailarina, Tuca, que tem sua morte prevista pelo médico do comunidade. Apesar disso, seguem com os planos, vivendo o que ainda resta com alegria e certa resignação. 

Há uma sequência muito interessante na qual um gênio musical ignorado, alguém que fazia o papel de louco ou mendigo, compõe uma sinfonia baseada nos sons dos ventos e outros sons da natureza chamando a atenção de todo o mundo para aquela comunidade.

Porém, um povo estranho, os “caborés” que nunca aceitaram aquele tipo de evolução compartilhada por quase toda a humanidade entra em conflito com essa comunidade. O combate toma proporções turísticas atraindo povos de todo mundo que não viam a violência se manifestar assim há um bom tempo. 

O texto evoca sensações de estranhamento, mas muitas coisas tratadas nele, incluindo esse conflito final não chegam a fazer muito sentido.

A escuridão (1963) André Carneiro.

Este texto narra a forma que uma escuridão lentamente toma conta do mundo e as consequências disto. Não só a luz do Sol desaparece, mas também todas as formas de energia, como o fogo. Com a escuridão instalada, coisas terríveis acontecem e cabe aos cegos ajudar algumas pessoas a superar essa terrível situação.

O autor tem uma narrativa envolvente, e apesar do absurdo da situação, leva a curiosidade do leitor a buscar pelo desfecho. Texto muito bom e envolvente!

O 31º. Peregrino (1993) Rubens Teixeira Scavone

O texto narra fatos em torno de uma peregrinação religiosa no século XIV à qual um escritor se junta. Realmente não entendi bem a seleção deste texto para a coletânea. Há um relato de uma grávida sobre contatos com anjos e possessão demoníaca, supostamente algo que deveríamos relacionar com extraterrestres? Confesso que não gostei muito do texto, mas talvez possa agradar a outros leitores.

A nós o vosso reino (1998) Finistia Fideli

Uma assistente social espírita é convidada a conhecer um guru e se envolve num culto do tipo “Nova Era”. Ela se envolve no trabalho social promovido pelo grupo, entretanto há uma presença estranha entre os membros desse grupo. Seria um demônio? Ou alienígena? 

O texto é bem escrito e prende a atenção. A personagem é forte e madura, tem ideias próprias e perto ao final, precisa agir a fim de evitar o estabelecimento de um mal maior.

A coletânea de textos de ficção especulativa de tamanho mediano, é sim uma janela de visão para a produção nacional, apesar de não serem textos com fortes características da ficção científica como a que vemos em períodos semelhantes na literatura norte americana e inglesa. Vale conhecer os textos nela contidos, são interessantes e bem escritos. Ainda que acredite que poderia ter sido selecionado um outro texto para ocupar o espaço da obra “O 31º. Peregrino”.

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A Última Colônia – John Scalzi

Começando de trás para a frente, me senti desapontado ao ler o posfácio no qual o autor diz que iria dar um tempo da série para visitar outros mundos e personagens. O universo que ele criou a partir de Guerra do Velho é realmente fascinante e me fisgou como leitor como poucos outros livros o tem feito nesses últimos anos. Mas felizmente, após uma rápida pesquisa na internet, descobri que depois deste, ainda publicou três livros neste universo: Zoe’s Tale (2008), The Human Division (2013) e The End of All Things (2015). UFA! Agora posso continuar, apesar da curiosidade pelo que ainda vem por aí….

Em A Última Colônia reencontramos John Perry e Jane Sagan, agora vivendo pacificamente em uma das colônias com sua filha adotiva Zoe. Uma vida pacata e até feliz… Recompensa merecida após tudo o que passaram em Guerra do Velho e As Brigadas Fantasma.

Mas relativa paz da família não duraria, afinal, ainda não era o fim de suas histórias. Convocados pela UC, o órgão que administra as colônias,  aceitam embarcar numa nova missão: auxiliar a implantação de uma nova colônia. Daí para frente, surgem inúmeros complicadores e, como já era esperado, conspirações, segredos de estado, dilemas morais e até mesmo, batalhas das quais todo o destino da humanidade poderá depender.

O contexto geral ainda é o mesmo, centenas de espécies alienígenas competindo por espaço e recursos escassos distribuídos na galáxia. Os humanos conseguiram alguns aliados, mas neste momento, estão para enfrentar uma ameça ainda maior, uma forte aliança entre povos alienígenas. E estes estão a um passo de colidir diretamente contra a humanidade.

Este livro fecha muito bem a série, e me deixou novamente impressionado com a capacidade do autor de tecer tramas, construir personagens consistentes e criar expectativas e tensões crescentes. Li praticamente em apenas dois dias.

Essa é uma série de leitura obrigatória para quem quer se entreter, e como já disse antes, uma ótima porta de entrada para o gênero de ficção científica, para aqueles que ainda não tiveram oportunidade de conhecê-lo. Recomendo fortemente!

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