Normalmente eu faço resenhas de livros de fantasia ou ficção científica, mas estou abrindo uma exceção para “O Ladrão de Casaca”, de Maurice Leblanc, que li pelo Amazon Prime Reading. Esse livro me remeteu a um dos poucos livros que li (e gostei) na minha adolescência, “O Paiol de Pólvora”, também do mesmo autor.

“O Ladrão de Casaca” é uma intrigante obra do escritor francês Maurice Leblanc, que introduz o leitor em um mundo de mistério, aventura e elegância. Publicado originalmente em 1907, o livro faz parte da série protagonizada pelo carismático e astuto ladrão cavalheiro, Arsène Lupin. É uma coletânea de nove histórias que constituem as primeiras aventuras de Lupin.

A trama gira em torno das façanhas de Arsène Lupin, um personagem complexo e carismático que se tornou um ícone da literatura de crime e mistério. Lupin é um mestre da dissimulação, um ladrão sofisticado que rouba apenas dos ricos e poderosos, em muitos casos deixando pistas e charadas para as autoridades perseguirem. Sua personalidade é uma combinação intrigante de inteligência, charme e habilidades atléticas surpreendentes.

No enredo de “O Ladrão de Casaca”, Arsène Lupin enfrenta um adversário formidável, o detetive inspetor Ganimard, que está determinado a capturá-lo. No entanto, Lupin não é um criminoso comum; ele é uma figura enigmática que mantém o leitor cativado com suas táticas engenhosas e escapadas audaciosas. O livro é dividido em episódios e é habilmente construído com reviravoltas inesperadas, jogos mentais e um senso de charme que é característico do personagem principal.

Maurice Leblanc tece uma narrativa envolvente, misturando aventura, suspense e um toque de humor, à medida que Lupin desafia as convenções sociais e embarca em uma série de roubos espetaculares. A prosa do autor é elegante e envolvente, pintando um quadro vívido da Paris da Belle Époque e dos cenários exóticos por onde o ladrão cavalheiro viaja.

“O Ladrão de Casaca” é uma leitura empolgante para os fãs de histórias de mistério e intriga. Tem até uma curiosa aparição de “Herlock Sholmes”, uma homenagem ao detetive fictício de Sir. Arthur Conan Doyle.

Maurice Leblanc criou um personagem icônico em Arsène Lupin, um mestre do disfarce e da astúcia, cujas ações contraditórias mantêm o leitor envolvido e adivinhando até o final. Com uma trama habilmente elaborada e personagens cativantes, o livro é uma adição notável ao cânone do gênero de detetive e certamente irá cativar os leitores com sua mistura única de charme e suspense.

O personagem foi adaptado ao cinema, TV e outras mídias. Uma das adaptações de que sou fã é a de Lupin III (sansei), neto de Arsène Lupin criada no japão como mangá e depois adaptada a vários filmes e séries de animação, incluindo o excelente “O Castelo de Gagliostro (1979)” dirigido por Hayao Miyazaki.