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Café-da-Manhã dos Campeões – Kurt Vonnegut


Voltamos com mais um título de Kurt Vonnegut. Neste livro, de narrativa fragmentada, muita crítica social e metalinguagem, acompanhamos Dwayne Hoover, um homem de negócios de uma cidade do meio oeste americano em seu curso de colisão com Kilgore Trout, o velho escritor de ficção científica citado em outros livros do autor.

Dwayne é bem sucedido no aspecto financeiro, mas está vivendo uma crise de entendimento em que questiona seu propósito de existência no mundo. Já Kilgore, é um escritor de ficção científica fracassado e que pela primeira vez está prestes a ter o valor de seu trabalho reconhecido. Através de Kilgore, em situações absurdas envolvendo povos alienígenas em seus livros de ficção científica, vemos muito da própria realidade estranha de nosso mundo e sociedade. Em torno dessas duas figuras flutuam uma dúzia de outros personagens interessantes. A narrativa é igualmente flutuante. Como o próprio autor defende, o livro brinca com a própria lógica de escrever livros com enredos engessados onde personagens cumprem seus papéis até que o enredo ganhe um desenlace. Ele propõe uma quebra, a realiza e até critica durante a realização.
A escrita inteligente e o livro tem umas passagens hilárias. Como é bom dar umas gargalhadas lendo um livro como este. Um uso de metalinguagem que achei genial é a introdução dele mesmo, o autor, entre seus personagens no meio da trama. É um pouco difícil explicar, ou mesmo falar, deste tipo de livro. O negócio é ler. É uma da obras mais conhecidas (e mais vendidas) do autor.

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Então, boa leitura!

Galápagos – Kurt Vonnegut

GalápagosJá falamos de Kurt Vonnegut aqui antes, quando indicamos Matadouro 5, um excelente livro. O estilo do autor é mesmo surpreendente. Possui uma escrita bem-humorada e numa narrativa não linear trás personagens excêntricos e situações tão esquisitas que não podem ser consideradas como algo aparte do gênero fantástico. É um escritor que brinca com o leitor. Os fragmentos narrativos vão se aglutinando até que temos, no final, uma visão do todo.

A estória é narrada do ponto de vista de alguém, que no início não se sabe se é um viajante do tempo, ou mesmo a voz narrativa do autor, que conta os fatos em 1986 (e antes disso) do ponto de vista de quem está a um milhão de anos no futuro. (E preferimos não contar… Sem spoilers, né?)

Matadouro 5 – Kurt Vonnegut

Matadouro 5 Primeira coisa: este livro é sensacional!

Kurt Vonnegut Jr., americano, descendente de alemães lutou na segunda guerra mundial e foi um prisioneiro de guerra. Isto teve grande influência em seu trabalho. Como prisioneiro, testemunhou o bombardeamento de Dresden em fevereiro de 1945 que matou mais de 135 mil pessoas. Fato que foi mantido em segredo (para os americanos) por muitos anos, pois provocou mais mortes (de civis) que a bomba de Hiroshima. Este é um livro que aborda a guerra, e este episódio, de um modo deveras peculiar, misturando narrativa fictícia baseada em fatos reais com ficção científica. O título do livro vem do nome do local onde o protagonista estava preso e que lhe garante a sobrevivência ao bombardeio: Matadouro 5.

Conhecemos o relato através do protagonista, o soldado americano Billy Pilgrim. Para evitar os spoilers, não vou falar mais muita coisa sobre o enredo do livro, exceto que antes de conhecermos o protagonista, o autor, escreve um primeiro capítulo explicando sobre o processo que o levou a escrever este livro. E que sua intenção não era de glorificar a guerra, pois tal era a preocupação da esposa de um colega veterano de guerra do autor.

O que mais posso contar? Bem, um outro personagem que aparece na trama é o escritor de ficção científica chamado Kilgore Trout. Este personagem também aparece em outras obras do autor. Uma curiosidade é que o personagem é inspirado em um colega do autor de FC chamado Theodore Sturgeon, daí a relação entre (Esturjão e Truta).

A forma narrativa adotada é bastante poderosa e o autor domina a linguagem de tal forma que certas expressões e alguns bordões chegam a constituir um personagem à parte na trama. Um exemplo disso é quando usa a expressão pé azuis e brancos como marfim para descrever os pés de cadáveres que Billy viu na guerra. Depois o uso repetido de pés azuis e brancos como marfim em outros contextos sempre remetem a memória do leitor àquela situação original. Não só expressões são usadas para criar tais efeitos, mas conceitos que são introduzidos aos poucos e depois retornam, e retornam, adicionando novas camadas de significado.

Última coisa: foi muito difícil escrever sobre esse livro em entregar a história (spoilers), então repito: este livro é sensacional!

Não deixe de comprar e ler!

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