fbpx

Categoria: Dicas de Escrita Page 2 of 10

Worldbuilding parte X – Magia e Sistemas de Magia – As Crônicas Delorianas

Ah, procurando por magia e sistemas de magia? Chegou agora? Leia a parte 1 antes…

Neste artigo, antes de falar sobre magia e sistemas de magia, teremos que falar da ambientação do universo das:

Crônicas Delorianas.

Este é o universo iniciado no romance Os Óculos Indesejados de Ilya Gregorvich. Nesta ambientação, magia e tecnologia se misturam. 

O planeta Delora (berço de cristais) era estéril em magia e ali prosperava uma civilização humana que vivia numa idade pré-industrial. Tudo ia bem até a chegada dos Wlegdar, uma civilização alienígena cujo império galáctico se baseava na matriz energética da magia. Suas imensas naves-cidade são capazes de cruzar sistemas estelares gerando grandes portais baseados em mana.

Os próprios Wlegdar são uma espécie dependente da energia mágica, mas para sua civilização prosperar dependem de conseguir acumular essa energia em grandes quantidades e isso só é possível usando cristais raros. Quão felizes ficaram ao descobrir Delora, um planeta abundante em cristais isoquanticos, pronto para ser minerado.

A invasão de Delora ocorre em etapas, pois eles mesmos não podem pisar em um local estéril em magia sem rapidamente adoecer e morrer.

Observe que novamente estamos falando do custo da energia como um elemento de construção do universo ficcional. Obviamente, parte da inspiração aqui vem da maravilhosa série de videogames, Final Fantasy com sua mistura de magia e tecnologia.

O planeta então passa por uma colonização mágica “sorrateira”. Plantas e animais que geram magia são introduzidos no ecossistema, numa primeira etapa, até que o mundo passa a contar com o mínimo de energia mágica para uma operação de mineração em larga escala. É claro que não era preciso se preocupar com mão de obra, os Wlegdar, simplesmente, escravizam toda humanidade para trabalhar nas minas.

Tudo isso que estou descrevendo, nem faz parte da trama do livro, é um pano de fundo sobre o qual a história vai se desenrolar anos depois. A história, na verdade, se desenvolve séculos após os Wlegdar serem “expulsos” e a humanidade retomar o planeta para si.

Sem entrar em pormenores, a humanidade ganha esperança quando uma nave-cidade dos Elkin, principais inimigos do Wlegdar, é abatida e cai em Delora. Os Elkin, poderosos magos espaciais e uma dúzia de espécies alienígenas que vivia na nave-cidade, se espalham por Delora e passam a ajudar a humanidade numa luta contra os Wlegdar.

Com as informações trazidas pelos Elkin, os humanos compreendem que o que os segura ali é a magia e fazem uma campanha global para eliminar isso do planeta, queimando florestas e exterminando todas as criaturas mágicas. Isso enfraquece a camada de mana e dá uma chance de luta aos humanos (e poucos aliados).

Diferentes paradigmas sobre a magia

O que faz tudo mudar é que os humanos dali vinham desenvolvendo a ciência e um tipo de pensamento muito diferente dos paradigmas dos Wlegdar e Elkins. Essas civilizações se desenvolveram em mundos abundantes em magia. Os humanos não usam a magia como algo natural, um dom. Aquilo para eles é algo estranho, alienígena, incompreensível. Então eles estudam a magia e compreendem que seu funcionamento é regido por leis físicas particulares. Ao compreender essas leis, desenvolvem um novo tipo de tecnologia e começa uma era de industrialização da magia.

Os humanos e aliados vencem o confronto com os Wlegdar, e comemoram muito, mas, na verdade, os Wlegdar se retiram devido a já terem praticamente esgotado as reservas de cristal do planeta, e devido a muitas perdas causadas pelas rebeliões constantes. Ou seja, se retiram mais por questões econômicas, do que devido ao poderio militar.

Magia como matriz energética e doença por privação de mana

Finalmente, as tramas dos romances podem começar. Temos um mundo populado por humanos numa sociedade que se industrializou rapidamente e cuja principal matriz energética é a magia. A magia armazenada em cristais alimenta “armas de fogo”, trens, aeronaves, luz das cidades, sistema de envio de mensagens e até mesmo o sistema de correio (pequenos objetos) por teleportação. 

As usinas de magia (secretas), na verdade, sugam energia vital de criaturas vivas para alimentar as redes de distribuição de energia manótica e os cristais. Os Elkin, tornam-se uma raça doente (hipomanismo) e dependem de injeções de soro mágico produzidas nas usinas para manter a saúde.

Magia indireta

Uma casta de magos, os genistas, utilizam utensílios e cristais para armazenar criaturas fantásticas em receptáculos especiais. Eles não são capazes de fazer magia com as próprias mãos, exceto, ativar as dimensões de bolso para capturar e soltar as criaturas mágicas que domam para servi-los.

Aqui a lógica é que as criaturas mágicas sofrem e adoecem devido à falta de mana no meio ambiente. Salvo raras reservas florestais, a maioria das criaturas mágicas foi extinta. Os genistas conseguem então capturar e transportar essas criaturas para ambientes controlados (revestidos com os cristais) nos quais as criaturas podem ser adestradas para agir em favor dos seus mestres. Quem falar que pensou em Pokémons, e na lâmpada de Alladim, descobriu as inspirações para montar esse sistema de magia.

Outro desdobramento indireto da magia são as “drogas ilegais” chamadas de super-soro. O mana é concentrado em pequenas ampolas que ficam guardadas em câmaras de cristal isoquântico (isolante perfeito de magia). Quando usados, os super-soros conferem a quem os bebeu, ou injetou, poderes mágicos temporários, como força incrível, agilidade, visão especial, entre outros.

Artefatos mágicos raros e conhecimento perdido

Neste mundo, dado a disponibilidade relativamente rara da magia, há conspirações e muito conflito entre governos e organizações criminosas. Uma das profissões mais requisitadas é a de arqueólogo. São os arqueólogos/exploradores que mapeiam as antigas minas, bases e cidades dos Wlegdar que, quando encontradas, ainda tem muitos artefatos para estudar e segredos a revelar.

Magia como o motor da sociedade

As tramas são desenvolvidas em torno do fato que a magia é um bem essencial para a sociedade funcionar (como o petróleo), com forte controle dela pelo estado, mas que se torna cada vez mais rara, sendo também objeto de contrabando e outras atividades ilícitas exercidas por organizações criminosas.

Nas raras regiões e lugares onde a magia pode ser encontrada livre no meio ambiente, uns poucos magos Elkin e seus discípulos conseguem praticar a magia “à moda antiga”, neste caso, seguindo princípios gerais que citei na parte anterior, inspirados no GURPS MAGIA.

Uma variante de magia existente neste cenário é a praticada pelos Vorn’Nasca, Furkenbolgs, Yrkun’Nasca e outras criaturas das trevas que os Wlegdar usavam como subordinados durante a ocupação de Delora. Essas criaturas são todas variações de vampiros que dependem de consumir energia vital de outros seres vivos para fazer suas “magias”. Não usam encantamentos, ou fórmulas, mas um tipo de magia inata que poderíamos chamar de “poderes”. Muitos deles, com a ausência de seus antigos senhores, se tornaram chefes ou membros de organizações criminosas.

Magia e organização social

Ter magia como um elemento de seu mundo ficcional vai além de pesar em como a magia é realizada, quanto custa, quem pode fazer, etc. É também pensar em como ela impacta a organização da sociedade, suas leis, relações entre nações.

Mapa de Delora

Por exemplo, a Nação de Durkheim contrabandeia, da República de Salzbragg, muitos Jup’lints, roedores que são como pequenos geradores de mana. Essas criaturas são utilizadas nas usinas para criar artefatos, carregar cristais e alimentar a rede manótica que distribui a energia mágica pelas principais cidades do país. Sempre o governo mascarando a crueldade que pratica contra animais e espécies mágicas em suas usinas remotas e fortemente rodeadas de segredos.

Enfim, um sistema de magia, precisa ter um lógica subjacente, regras que explicadas ou não aos leitores, precisam ao menos transparecer na obra para evitar aquela sensação de que as coisas se resolvem (perdoem o trocadilho) num passe de mágica.

Ficou curioso com as Crônicas Delorianas?

Sinopse

O jovem Ilya Gregorvich tem uma mente brilhante para matemática e ingressou na universidade antes do tempo. Recentemente, descobriu que tem um tumor incurável no cérebro. Tudo que ele queria, antes de morrer, era voltar a se aproximar de sua amiga do colegial, Marya, por quem ainda é apaixonado.

Mas, tudo vira ao avesso quando encontra um par de óculos mágicos. Algum segredo contido nos óculos leva o governo e criaturas sombrias do crime organizado a persegui-lo. Agora, precisará lutar para salvar sua vida e desvendar uma conspiração governamental.

Conheça Delora, um mundo tecnológico e, ao mesmo tempo, mágico diferente do que você já viu: teve o ecossistema alterado por uma civilização invasora e usuária de magia, após expulsá-las a humanidade industrializou a magia, mas não a extinguiu. Um mundo habitado por estranhas criaturas, que possui muitos mistérios a desvendar.

Diálogos naturais – oito dicas simples!

Diálogo entre garoto e robô
Imagem por Allstars21 (Pixabay)

Escrever bons diálogos é uma das principais dificuldades enfrentadas pelos escritores.  Escrever diálogos que soem naturais e autênticos é uma habilidade complexa. Capturar a essência das interações humanas é um desafio e podemos acabar criando diálogos que soem artificiais ou pouco convincentes.

Oito dicas para ajudar com os diálogos…

  1. Observe as conversas reais: Preste atenção nas conversas cotidianas ao seu redor. Escute como as pessoas falam, suas expressões, entonações e ritmo. Isso ajudará você a capturar a autenticidade do diálogo em sua escrita. Ande com um caderninho. Tome notas.
  2. Use linguagem informal: Na maioria das conversas, as pessoas não falam de maneira formal. Utilize uma linguagem mais casual, com contrações, gírias e expressões coloquiais, para tornar os diálogos mais realistas.
  3. Evite o excesso de exposição: Evite que os personagens revelem informações em excesso através do diálogo. Assim como na vida real, as pessoas geralmente não se explicam em detalhes sobre sua própria história ou contexto. Permita que os detalhes sejam revelados de forma sutil e ao longo da narrativa.

    Veja esse exemplo:  “Eu sou um cientista brilhante! Eu inventei uma máquina do tempo que pode viajar para qualquer época ou lugar. Eu construí essa máquina sozinho em meu laboratório secreto.”

    Exemplo reescrito: “Eu inventei uma máquina do tempo, caramba! E você duvida da minha inteligência? Aff…”
  4. Dê voz e personalidade aos personagens: Cada personagem deve ter uma voz distintiva e uma maneira única de se expressar. Leve em consideração sua personalidade, histórico e características individuais ao escrever os diálogos. Isso ajudará a diferenciar os personagens e tornar suas conversas mais autênticas.
  5. Use subtextos e silêncios: Nem tudo precisa ser dito explicitamente no diálogo. Assim como na vida real, as pessoas podem ter intenções ocultas, sentimentos não expressos e até mesmo ficar em silêncio em certos momentos. Use subtextos e silêncios para adicionar profundidade e tensão aos diálogos.

    Por exemplo, em “Harry Potter e o Cálice de Fogo”, Harry e Rony têm uma discussão sobre o baile de inverno. Rony está claramente com ciúmes de Harry por ter sido convidado para o baile, mas ele não diz isso explicitamente. Em vez disso, ele faz comentários sarcásticos e age de forma distante.
  6. Intercalando ação e descrição: Não limite seus diálogos apenas às palavras faladas. Inclua ações, expressões faciais e reações dos personagens para enriquecer as cenas. Isso torna os diálogos mais dinâmicos e realistas, mostrando como os personagens interagem fisicamente durante a conversa.
  7. Quando possível, trabalhe o conflito: Diálogos são mais interessantes quando há conflito entre os personagens. Isso pode ser uma diferença de opinião ou um objetivo em comum que eles estão tentando alcançar.
  8. Edite e revise os diálogos: Após escrever os diálogos, revise-os com cuidado. Leia-os em voz alta para verificar se soam naturais. Elimine qualquer trecho que pareça forçado, repetitivo ou desnecessário. A edição é fundamental para aprimorar a autenticidade dos diálogos.

A prática é essencial para aperfeiçoar a habilidade de escrever diálogos. Leia obras de escritores renomados, estude seus estilos de diálogo e continue praticando!

Leia mais dicas aqui!

Procurando um bom livro sobre escrita?

Oficina de Escritores – Stephen Koch

Capa do livro Oficina de Escritores. Ótimo para aprender sobre diálogo.

Worldbuilding parte VIII – Tecnologia

City vector criado por vectorpocket – www.freepik.com

Chegamos ao ponto de fazer perguntas e descobertas sobre a tecnologia em seu mundo. Tecnologia não é apenas algo moderno, como aviões ou celulares… Tecnologia é algo antigo também, como embalsamamento/mumificação, técnicas de construção civil, construção de navios, escrita, matemática, etc. 

Toda civilização requer especialistas técnicos para que funcione. É bom ter isso em mente. Ao avaliar todas as questões de tecnologia baixo se pergunte: como isso é relevante para minha história?

Tecnologia “antiga”

Se sua história se passa no passado, ou período semelhante é bom pesquisar o assunto. Vale uma pesquisa no artigo da Wikipedia sobre “História da Tecnologia”, além de outras fontes.

Por exemplo, muito da economia medieval girava em torno da tecnologia dos moinhos e sua disponibilidade. Isso é ilustrado num episódio muito interessante do podcast SCICAST 273 – Revolução Industrial Medieval. 

Porém, se seu mundo é futurista, você deverá pensar e definir que tecnologias são essas e como funcionam.

Tecnologia futura

Quais tecnologias são usadas para comunicações e viagens? Quais fontes de energia são utilizadas? Como é organizada a matriz energética?

Existe uma tecnologia especial que é relevante para sua história? Por exemplo, no livro Ressurection Inc. de Kevin J. Anderson, foi desenvolvida uma tecnologia que permite aproveitar o corpo humano, após sua morte, tranformando-o num robô serviçal inteligente, que mantém os conhecimentos técnicos e habilidades físicas do morto e é programado para ser obediente e trabalhar como escravo. E isso muda radicalmente as relações políticas, econômicas e sociais.

Como as tecnologias especiais vão impactar seu mundo? O controle dela por um grupo social, espécie ou nação cria tensões e conflitos? Você poderia aproveitar tais tensões em sua trama?

Há tecnologias apenas para o entretenimento? Como é o uso da tecnologia no dia-a-dia das pessoas?

Que armas são produzidas com essa tecnologia? Quem pode pagar por elas? Quem criou e continua criando tais tecnologias? Como a tecnologia afeta a educação? O governos se utilizam desses meios para controlar a população?

Quem são os técnicos? Onde vivem? São bem pagos? Dá para pensar nisso de acordo com a raridade ou importância de uma dada tecnologia.

Minha área de atuação profissional é a de tecnologia da informação. Havia um comparativo entre os programadores de computador e os escrivães da antiguidade. Na década de 1960/1970, apenas um pequeno seleto grupo de técnicos era capaz de operar e programar os computadores. Eram como se fossem magos. Eram muito bem pagos e gozavam de um prestígio grande devido a especialização e raridade do serviço que prestavam. Depois, a tecnologia se popularizou e nos dias de hoje, qualquer um pode aprender a programar pela internet, fazer um app, websites, etc.

Quais são tecnologias mais raras e valorizadas da sociedade?

Tecnologia anacrônica

Sua história se passa num periodo análogo à antiguidade, ou era medieval, mas há nela alguma tecnologia deslocada de seu tempo “natural”? E se houvessem robôs, ou motores num contexto como este? Como isso afetaria seu mundo? Como explorar essas novas tensões isso em sua trama?

Worldbuilding parte VII – Magia e Sistemas de Magia

Você pode pular este artigo, caso sua história seja num mundo sem magia… Mas se houver magia, vale analisarmos alguns pontos. Principalmente estabelecer limites de funcionamento para a mesma.

Há muitas perguntas aqui e dificilmente todas serão a chave para tornar seu livro mais interessante, ou consistente. Pense nisso como uma loja de perguntas, veja a vitrine e selecione as que, se respondidas e elaboradas, irão contribuir para sua história, ou mesmo, universo ficcional.

Separe um documento para fazer um dossiê a respeito da magia seu mundo ficcional. Isso poderá ajudar, mesmo que você não use todas as definições em sua história.

O que a magia não faz?

Essa é uma ótima primeira pergunta para se fazer. Se a magia não tiver limitações, corre o risco de arruinar sua história e seu mundo ficcional. Talvez ela não possa trazer alguém de volta dos mortos? Ou talvez traga, mas a pessoa não será mais alguém normal, e sim, um zumbi, vampiro ou coisa do tipo.

Aspectos visuais,  sons e controle. 

A magia tem componentes visuais e sons associados a ela? Como eles são? Se manifestam igualmente para todo tipo de magia? Magia é algo selvagem, ou algo controlável? O que acontece quando se perde o controle dela?

O que faz e de onde vem

O que a magia faz exatamente? Existem tipos diferentes de magia? De onde vem a magia? Essa fonte pode acabar? Como ela se renova?

Na série Stormlight Archives de Brandon Sanderson a magia vem dentro de tempestades incríveis que circulam o planeta periodicamente. As pessoas aprenderam a coletar a magia dos raios e guardá-la temporariamente em gemas.

Quanto são os usos mais comuns da magia? Que magias são consideradas difíceis, ou raras?

Quem usa e como usa

Qualquer um pode usar magia? Como ela pode ser aprendida?

Ou a magia, talvez, só seja possível ser feita por uma determinada espécie, ou seja hereditária…

Para usar a magia é necessário algum tipo de instrumento, como cajados, varinhas ou anéis?

Os religiosos são capazes de usar magia também? Que efeito isso tem nas religiões? Por que acreditar em milagres sobrenaturais, se um mago pode curar doenças, ou fazer chover quando necessário? Os magos não seriam cultuados por isso? O que define que um mago é mais poderoso que outro?

Proibição e banimento e visão da sociedade

A magia é proibida em algum lugar? Existe o conceito de magia boa ou ruim? Ou sempre a magia é considera algo do mal? A magia poderia ser uma conceção de poder de criaturas como demônios, ou mesmo fadas?

Os poderes mágicos de alguém podem ser removidos? Como a sociedade percebe a magia? Que impacto ela tem nos governos, cidades, profissões, etc. A magia é  admirada, respeitada ou temida?

Criaturas mágicas

Existem criaturas mágicas? Como elas são? Como a magia se manifesta nelas? São raras ou comuns?

Custo ou preço da magia

A magia tem algum custo? Que preço se paga ao usar a magia? A pessoa pode perder a sanidade? Danificar a própria saúde, envelhecer?

Poderia danificar o meio ambiente ao seu redor? Existe um sistema de troca, equivalência?

Itens mágicos

Existem itens criados por magia? Poções de cura? Espadas encantadas? Tapetes voadores? Como são construídos? Quanto custam?

Sua força é eterna, ou decai com o tempo? Podem ser recarregados? Magia e tecnologia podem se misturar? Como?

Bônus – As três leis de Brandon Sanderson a respeito de magia:

  1. A habilidade do autor de resolver conflitos de modo satisfatório com uma magia é diretamente proporcional a o quanto o leitor compreende a tal magia.
  2. Fraquezas são mais interessantes que poderes…
  3. Expanda, não adicione.

A primeira diz basicamente “Não tire coisas ‘da cartola’. Se você quer que a magia funcione, torne-a REAL e confiável. Se você quiser dar um ar de mistério e não explicar muito sobre a magia, ok, mas não use a magia para resolver coisas relevantes da trama.”

A segunda está relacionada ao que a magia NÃO pode fazer. É de onde pode surgir conflito para seu personagem e sua história. Limitações vão forçar seu personagem a se esforçar e tornará as coisas mais interessantes.  

Terceiro, extrapolar as consequência de um conjunto de poderes que existe e conectá-los ao funcionamento do mundo é mais interessante do que adicionar mais e mais outros tipos de poderes no contexto de uma história. Quanto menos elementos de worlbuilding em sua história melhor, você pode explorá-los mais e torná-los mais interssantes. Poucos elementos fortes e robustos são mais interessantes que vários mais fracos.


Está gostando das dicas? Que tal viajar (rapidamente) por 20 diferentes mundos fantásticos? No meu livro, Tempestade de Ficção, reuni 20 ficções relâmpago que se passam em diferentes mundos de fantasia.

Worldbuilding parte VI – História e Arco

Foto criada por bearfotos – www.freepik.com

Pensando em sua história, qual a importância dos fatos históricos ocorridos em seu mundo ficcional? A história do mundo tem fases distintas? Está indo para alguma direção? Existe um arco de história para seu próprio mundo, com alguma mudança positiva ou negativa?

Não tem como fugir, se você entrou nessa encrenca de criar um mundo ficcional é quase impossível que ele não possua alguma história. Bem, me ocorre aqui o primeiro livro da série Darkover da autora Marion Zimmer Bradley. 

É a história de pessoas cuja nave espacial cai num mundo desconhecido e que ficam presas nele. Então, esse mundo tem uma série de definições geográficas, clima, plantas e animais, mas não uma história. Fora algo parecido com isso, você terá que pensar, ao menos um pouco, na história.

O interessante dessa série de romances é que é uma construção de mundo com nova história a partir do zero. Os livros subsequentes retratam a vida dos descendentes desses “náufragos” numa sociedade que tem características feudais, mas que ainda retem um resquício de conhecimentos e antiga tecnologia que chega a ser encarada com magia.

Alguns elementos para você pensar na história de seu mundo.

Linha temporal

É interessante criar ao menos uma linha temporal com listando o maiores eventos. Quais foram as maiores guerras? Desastres naturais? Houve civilizações passadas? Essas eras foram de algum modo preservadas? Quem foram os governantes ou líderes anteriores ao atual? 

Eventos traumáticos

Pragas, guerras, doenças, enchentes, causam efeitos traumáticos na cultura. Como isso afetou a população, as leis e crenças?

Mudanças de poder

Religiões surgiram tomando o lugar de outras? Povos que foram conquistados tiveram sua cultura eliminada ou absorvida? Já aconteceram diferentes regimes de governo e de poder? Existem tensões atuais que levariam a rebeliões? O mundo está caminhando para uma mudança importante em função da história que você quer contar? Como os personagens estarão ligados a isso?

Próxima parte: WORLDBUILDING PARTE VII – MAGIA E SISTEMAS DE MAGIA

Page 2 of 10

Desenvolvido em WordPress & Tema por Anders Norén