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Plataforma Funktoon – Quadrinhos Nacionais

Para quem não conhece, o Funktoon é um aplicativo para celulares/tablets dedicado a publicação de HQs nacionais otimizadas para o formato de leitura em celular, ou seja, aproveitar ao máximo a experiência de rolagem de telas no sentido vertical.

Quer dizer que todas histórias na plataforma estão neste formato? Não, mas mesmo as HQs em formato tradicional podem ser lidas, pois o app suporta zoom das imagens.

Segundo editor, Rapha Pinheiro, desde o lançamento já houve mais de 2 milhões de visualizações por mais de 60 mil usuários. Participam da plataforma como autores mais de 2200 pessoas.

Em 2023, houve uma diminuição nas ações de divulgação da plataforma, mas mesmo com as redes sociais inativas ela continua gerando cerca de 500 leituras por dia. Conversei rapidamente com o Rapha Pinheiro e ele disse que a equipe está elaborando um plano novo de divulgação e crescimento para 2024.

Como usar o FUNKTOON?

Para quem vai baixar o Funktoon (também conhecido como Picolé), ou experimentar o acesso pelo navegador, recomendo ler o tutorial da plataforma que é bem divertido, e no formato de “HQ scroll” (rolagem de tela). Aqui você vai aprender a usar todas as funcionalidades de uma forma lúdica.

Bem, mas a plataforma em si não é a atração principal, e sim a grande coleção de histórias que abriga. Desde material profissional até HQs independentes feitas por artistas iniciantes e também experientes.

Existem publicações “premium”, liberadas para os assinantes, em geral, títulos da Guará. Além disso, há também um espaço para as HQs mais lidas (Bombando), material selecionado pela equipe de curadores e é claro, o espaço para os independentes.

Vamos falar das primeiras obras que chamaram minha atenção nesses primeiros dias como usuário.

Iraúna do Olhar Âmbar

Essa HQ do artista Pieri é uma das joias dessa plataforma. Conta a história de Irene (ou Nera, ou Iraúna) uma jornalista que fez um trato com uma entidade sobrenatural ganhando uma matilha de cães fantasmas (de Honduras).

Irene é uma personagem bem cativante e se envolve em casos relacionados ao sobrenatural. A HQ tem narrativa visual muito bem elaborada, construída através do traço característico e lindo do artista. É o tipo de HQ que te faz entrar na história porque o artista domina a linguagem visual.

Edifício Celeste

Essa HQ, de Thiago Krening, conta a história da Carol, uma jovem que sai de casa e vai morar num edifício onde convive com personagens muito peculiares. A narrativa visual é competente, com destaque para a paleta de cores e design dos personagens.

Crisálida

Sério, essa é uma das melhores HQs que li em um bom tempo. Literalmente de tirar lágrimas dos olhos. Uma história muito comovente e com excelente narrativa visual. Fala sobre a relação entre pai, filho e neta. O filho e o pai tem uma relação abalada e não se falavam há algum tempo, tanto que o pai desconhecia a existência da netinha.

Como o filho agora está doente e ele precisa contar com a ajuda de seu pai para cuidar de sua filha durante seu tratamento. Além de desenvolver a trama em cima do relacionamento familiar, a HQ também aborda o tema do racismo. Se ainda não leu, vai lá correndo ler essa obra prima.

Verão de Lena


Tem muita HQs de “tirinhas” na plataforma, um ótimo exemplo é O Verão de Lena. História muito gostosa de ler e tem algo que faz lembrar da tira Radical Chic de Miguel Paiva.

Escritório dos pássaros


Criada pela quadrinista Lark, Escritório dos Pássaros é uma HQ de tiras cômicas, muito divertida, que trata de uma companhia criada por um gato na qual os pássaros são os empregados. O humor é ótimo e a temática explora bem questões problemáticas do mundo corporativo e relações de trabalho.

Crônicas de Elvira


Essa é uma HQ de fantasia de autor independente, que não me pegou pela parte técnica, mas sim pelo humor, narrativa inusitada e meio non-sense. É uma boa aventura que lembra a lógica dos mangás sh?nen.

Masmorra do Infinito


Antes de ir, deixo aqui o convite para conhecer minha sprite comic, Masmorra do Infinito. Uma HQ de tiras que explora sentimentos de nostalgia em relação videogames da década de 1980 e 90, pixelart e jogos de RPG de tabuleiro.

Como tem muita coisa na plataforma, não vou conseguir falar tudo num único artigo. Mas uma ótima pedida para saber mais é acessar a Coluna do Editor, produzida pelo Rapha Pinheiro.

Espero que tenham gostado do artigo. Uma hora dessas eu volto para falar mais sobre o Funktoon e as incríveis HQs que estão na plataforma.

Arquivista – Vinícius Lobo

Adquiri essa HQ no FIQ 2022, pelo financiamento do Catarse, e finalmente ela ficou pronta e chegou esses dias. Já vimos aqui duas outras obras do autor, Ilha dos Ratos, uma mistura de fábula, crítica social e história de investigação no estilo Noir, e Caxinã, uma HQ nacional e independente sobre Kaijus, monstros gigantes inspirados em filmes da cultura pop japonesa, como Godzilla.

Em sua mais recente obra, Vinícius Lobo nos leva a uma narrativa dividida em três episódios, inspirada pelo formato do filme Memories (1995) de Katsuhiro Otomo. Neste universo, sobre o qual temos um vislumbre por três episódios, vemos um pouco dos acontecimentos em torno do surgimento, estabelecimento e modificação de uma máquina/inteligência artificial conhecida como Arquivista.

O primeiro episódio ocorre no passado e mostra as origens da máquina/organização, talvez ali no período da revolução industrial. Tudo começa com a usurpação de uma pesquisa.

O segundo, ocorre num tempo análogo à nossa época contemporânea, e envolve um incidente de consequências terríveis envolvendo a tripulação de um navio, que reflete no “vazamento” de armas biológicas sobre em uma cidade.

O terceiro episódio ocorre num futuro distópico em que o Arquivista se estabeleceu como uma entidade que monitora e controla a sociedade. Aqui vemos aspectos negativos que podem ocorrer com a sociedade quando uma ferramenta de inteligência artificial sob o controle de grupos de interesse se estabelece.

Talvez, possamos ler como uma alusão ao sistema atual que vemos em partes do mundo e da influência de grupos econômicos e tecnológicos sobre a vida social. Aqui, temos uma guerrilheira e hacker insatisfeita com a situação de seu mundo, lutando para modificá-lo a partir de seu elemento chave, o próprio código-fonte da inteligência artificial que influencia e modera o funcionamento social.

Uma das coisas que aprecio nas obras do autor é que ver que ainda é adepto do processo analógico de produção. Vemos aqui seus traços cuidadosos e bom domínio da construção de cenas em preto e branco com o bom e velho nankin.

Além disso, o autor vem demonstrando um domínio crescente da própria forma da narrativa visual inerente e única à nona arte. Então, o Arquivista é uma ótima opção para os apreciadores de uma narrativa de ficção científica, repleta de ação e que nos dá um vislumbre de um universo fictício, bastante particular, com um toque tupiniquim e que emerge da mente do autor.

GUERRAS SECRETAS – A MÃE DE TODAS AS MEGASSAGAS

Guerras Secretas é um crossover de super-heróis produzido pela Marvel Comics nos anos 1980. E é considerada a primeira “megassaga” dos quadrinhos. Embora já tenha havido crossovers antes envolvendo vários heróis e vilões, um evento dessa proporção nunca havia sido feito antes e ele moldaria a indústria dos quadrinhos daí em diante. Hoje em dia temos grandes aventuras que afetam as vidas e as revistas de vários super-heróis quase todo mês. Os mais recentes são King in Black, da Marvel, e Death Metal, da DC. Mas nem sempre foi assim. Eventos mercadológicos e a eterna batalha Marvel x DC foram fundamentais para esse acontecimento. E ainda bem que foi assim!

Histórico da publicação

A série foi concebida pelo editor-chefe da Marvel Comics, Jim Shooter, que foi também roteirista. Os desenhos foram de Mike Zeck e Bob Layton. E o editor Tom DeFalco. Na 11ª edição da revista Marvel Age, publicada em fevereiro de 1984, uma coluna de notícias anunciou a série como Cosmic Champions. Um mês depois, a 12ª edição da Marvel Age trazia uma história de capa da série, agora com o título revisado de Secret Wars.

Tom DeFalco, na introdução do encadernado da série que saiu em 1992, disse que o responsável por essa aventura foi a Dreaded Competition (DC Comics). Foi a Distinta Concorrência que, mesmo sem querer, desencadeou os eventos que levariam a criação das Guerras Secretas.

Dungeoneers #0 – Marcio Fiorito – Dayvison Manes

Dungeoneers #0, primeiro quadrinho autoral de Marcio Fiorito (Marvel, Valiant, IDW) foi lançado na CCXP 2022, mas tive a chance de adquirir na Feira de Quadrinhos da Casa que rolou de 16 a 18 de dez/22, em Belo Horizonte.

A fantasia medieval e histórias inspiradas em RPG estão entre as minhas favoritas, então, não deu pra resistir…

Esse número Zero tem apenas 12 páginas e é uma pequena introdução da série que o Fiorito pretende produzir. O traço do artista é excelente e, apesar da história curtinha, já consegue passar um clima de tensão e mistério.

Conhecemos um quarteto de aventureiros que vivem num mundo de fantasia e cujo ganhã-pão é explorar masmorras antigas e recuperar tesouros.

A capa é colorida, em papel couché 115 g, o miolo preto e branco, em papel offset 90 g, e estava à venda pelo preço de R$ 15,00.

Dungeoneers #0 foi escrita e desenhada por Marcio Fiorito, com letras e design de Deyvison Manes, as cores da capa são de Alex Guimarães.

Apesar de curtinha, recomendo conhecer o preview, pois temos personagens promissores e arte incrível! Tive oportunidade de bater um papo com o autor e ele está em dúvida quanto ao formato/tamanho para lançamento das próximas edições. Deixei minha sugestão para lançar episódios curtos… Ficamos na expectativa de ver o desenrolar da série!

Abaixo mais algumas imagens do quadrinho:

Márcio Fiorito nas redes:

Joy Comet – João Eddie

Este mangá brazuca, que foi lançado por mais um financiamento coletivo bem-sucedido da Editora Draco, me surpreendeu pela qualidade dos desenhos e as mais de 250 páginas de história.

Conta a história da androide Joy Comet e seu parceiro Quindim que são parte do Esquadrão Starheim, responsável pela exploração de exoplanetas. No futuro, a humanidade exauriu os recursos da Terra provocando superaquecimento e morte de toda vida. Sete colônias na forma de enormes estacões espaciais partiram para o espaço em busca de um novo planeta para colonizar.

Dentre elas, a colônia Elysium nunca encontrou um lugar compatível e segue vagando perdida. Um novo governo autoritário toma posse na colônia e rebaixa Joy e Quindim a patrulheiros, porém, eles acabam descobrindo um segredo ligado aos Espers (formas de vidas com superpoderes que habitam o espaço) que os força a confrontar suas diretrizes programáticas e escolher que lado tomar para promover o bem-estar da maioria da população da colônia.

“Joy Comet” conta com roteiro e arte de João Eddie, que reformulou sua antiga personagem (leia As Loucas Aventuras de Joy Comet da Polícia Galática) para criar uma história muito sombria e cheia de ação. Essa história saiu em 2016 na Henshin! Mangá – Vol. 2, da editora JBC.

Joy Comet (2022) é uma história com relativamente pouco texto e com muitas páginas de ação frenética, nesse sentido, pode ser lida rapidamente. Dá grande satisfação visual ao leitor, mas no tocante ao entendimento da psiquê e motivações da protagonista, deixa algumas perguntas em aberto…

Você pode adquirir uma cópia no site da Draco:

Sobre o autor

João Eddie estreia com seus quadrinhos na internet em 2010. Seus trabalhos foram publicados em portais de mangás nacionais até receber seu primeiro prêmio no segundo Brazil Mangá Awards. Publicou no primeiro volume da coletânea “Dracomics Shonen” e no “Tools Challenge – Sayonara Bye Bye”, ambas da Editora Draco. Foi premiado seis vezes no Silent Manga Audition, concurso internacional da editora japonesa Coamix. Sendo duas vezes na categoria mais alta. Na última dessas vitórias, levou também o prêmio Unesco Award e teve seu quadrinho “Invisible” publicado em um catálogo distribuído em escolas da Tailândia. Mora atualmente em Camaquã, uma cidade no interior do Rio Grande do Sul e não pensa em parar com os quadrinhos tão cedo.

Texto de divulgação da editora draco

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