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Worldbuilding parte IV – Cultura e sociedade

People vector criado por macrovector – www.freepik.com

Criar mundos, especialmente se estivemos centrados na abordagem, “do mundo para a história” pode mesmo se tornar um trabalho imenso! Mas vamos lá! Aqui mais algumas coisas para pensarmos…

Nosso próprio mundo tem diversas culturas no tempo atual, e outras que já se extinguiram. Lembr-se que é importante o focar no que será relevante para sua história. Como os aspectos de cultura e sociedade serão importantes para o desenvolvimento da sua?

Estrutura de poder e governo

Muito já foi tentado em nosso próprio mundo, mas ainda não vimos uma cultura ou sociedade realmente igualitária. As estruturas de poder em nosso mundo giram em torno de força, recursos e tecnologia. Vivemos numa sociedade patriarcal, mas também, em muitos lugares, divida em castas. Questões como nacionalidade, crença religiosa, gênero podem ser relevantes para identificar o sistema de poder. 

Governo, crenças e leis

Os governos normalmente se estavelecem sobre um conjunto de crenças religiosas e sistemas de leis. Na antiguidade, muitas vezes, os monarcas acumulavam o papel de juízes e executores da lei. Com a evolução da sociedade, esses papeis foram se separando.

Quais leis regulam suas sociedades? Quem cria essas leis? Como a lei é executada? Que direitos os indivíduos possuem?

Arte e diversão

O que as pessoas fazem para de divertir? Há jogos ou esportes no seu mudo? Como eles funcionam? Existem músicos, pintores, escultores e atores profissionais? A arte é muito valorizada ou é um ofício mundano?

Quais sãos a principais festividades e rituais? Como são os casamentos e funerais? As pessoas se vestem de modo diferente para ocasiões especiais? Existe diversidade? Ou tudo tende a ser uniforme?

Relações entre culturas

Há guerras entre diferentes povos? Como diferentes povos enxergam uns aos outros? Como são as relações econômicas? Quais recursos que cada povo possui e como isso influencia no escambo ou comércio? Os militares são importantes nessas relações?

Religiões e magia

Magia existe? Quais são seus limites? Como ela influencia nas religiões? Pessoas acreditam num deus único ou em muitos? Alguma cultura ou religião se tornou dominante, ou várias convivem? Que conflitos derivam disso?

Lembre-se, conflito é o combustível de boas histórias. Uma elite detém o controle sobre as religiões? Como as religiões impactam os governos? Quem é adorado? Como se dão os cultos? Como são os templos? O que acontece depois da morte? Existem um sistema de valores que define o que é o bem e o que é mal? Quais são as crendices populares?

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Worldbuilding parte III – Geografia, Natureza e Clima

Vintage photo criada por freepik – www.freepik.com

Vejamos alguns dos elementos-chave para termos um mundo ficcional bem delineado: geografia, natureza e clima.

Influência de aspectos geográficos na história

São muitas coisas, né? Então vamos por partes… É interessante manter seguinte pergunta em mente:

Como que cada coisa que vou criar para meu mundo influencia minha história?

Lembre-se, veremos algumas sugestões de assuntos para se pensar, mas nem tudo é obrigatório na definição de um mundo ficcional. Vale resslatar que mundo ficcional, em geral, é mero pano de fundo. Os elementos principais de uma história sempre vão ser seus personagens, seus conflitos e a trama a ser desenvolvida.

É claro que em muitos tipos de história em que o mundo, ou clima, chegam a ser “um personagem coadjuvante”. Então pense… O que realmente vai se destacar e criar um impacto no leitor? O que é relevante criar e usar para enriquecer a ambientação de sua história?

Lugares relevantes

Antes mesmo de desenhar mapas é interessante pensar. Estamos criando um mundo todo, uma cidade, um sistema solar, uma galáxia? A escala da sua criação é a primeira coisa a considerar. Ainda assim, quais os lugares mais relevantes para sua história?

Se estamos falando de um sistema solar, talvez haja dois planetas habitados e que são rivais. O que é mais importante sobre cada um deles? Toda história vai se passar numa cidade? Então quais os lugares mais importantes dela? Faça uma lista simples para começar e depois enriqueça-a com detalhes.

Água

A vida como conhecemos depende de água, então sua localização e quantidade é relevante para seu mundo ficcional. Se estiver desenhando mapas, faz sentido que cidades e locais habitados estejam próximos de fontes de água como mares, lagos ou rios.

Territórios e biomas

Quais são os diferentes tipos de terreno em seu mundo? Há pradarias, florestas, selvas, desertos, altas cadeias de montanhas? Onde elas ficam? Relacione as montanhas com o clima para saber o fluxo de água e os rios. Há uma lua, ou mais de uma? Elas chegam a influenciar as marés?

Como os territórios e biomas se relacionam a seus personagens? Isso molda a maneira deles de ser? Exerce alguma influência sobre a economia?

Clima

O clima afeta muito a vida. Lugares com invernos rigorosos faz com que homens e animais precisem se adaptar e se preparar para as diferentes estações. São quantas estações? Quais suas durações?

Tempestades terríveis, ventos ou tempestades de areia também podem influenciar o funcionamento das coisas. O clima afeta ciclos de como funciona a vida vegetal e por consequência a vida animal.

Você pensa que o clima possa exercer uma influência importante nos acontecimentos de sua história? É um aliado ou obstáculo para seu protagonista?

Flora

Quais são as plantas comuns e raras. Existe uso delas na economia? Há conhecimento sobre plantas medicinais ou venenosas? Monte um quadro de imagens no Pinterest com plantas, flores e vegetação (reais ou fictícias) para inspirar a criação do seu mundo.

No caso de mundos alienígenas, há plantas com comportamento diferenciado? Emitem luz, capturam pessoas ou são inteligentes?

Fauna

Quais animais são mais comuns? Quais são raros? Existem criaturas “não naturais”? Como são os animais que voam? Como são os animais pequenos? E os grandes? São domesticados e utilizados para alimentação ou transporte?

Algum animal é importante para o seu protagonista?

Recursos naturais

Quais são os principais recursos naturais usados na economia. Existe agricultura e pecuária? Que tipo de plantas e animas são criados, ou caçados? O que é raro e valioso? Quais são os principais recursos minerais? Existem outros recursos naturais que não existem em nosso mundo? Sal, carvão, ouro, ferro, gasolina, “vulcanita”, “ether”, etc. Onde ficam? Como são extraídos ou produzidos.

É muita coisa, né? Mas prepare-se! Ainda vem muito mais… No próximo artigo falaremos sobre cultura e sociedade. Até lá!

Está gostando desse assunto? Selecionei alguns livros que dão maior aprofundamento. Infelizmente, não encontrei material em português.

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Worldbuilding parte II – Abordagens

Mockup psd creado por freepik – www.freepik.com

Vamos falar sobre as duas abordagens principais para a criação de ambientação. Essas abordagens diferem quanto a intenção que temos em relação à história que queremos criar.

Abordagem 1: Da história para o mundo

Se você já tem uma ideia da história que deseja criar em mente, é preciso avaliar quais são as características chave que seu mundo ficcional precisa trazer para ajudar essa história a acontecer. Você então começa por elas para somente depois desdobrar para o restante do mundo.

Por exemplo, você quer escrever um grupo de pessoas que possuem poderes psíquicos. Então a primeira coisa a se pensar muito bem é quais são esses poderes, como funcionam, quais são seus limites, quem pode manifestá-los, etc. Isso tem a ver com o centro da história que você quer criar. Depois disso, você parte para as considerações gerais: como isso afeta as culturas, religiões, governos, economia, tecnologia, educação, etc.

Abordagem 2: Do mundo para a história.

Essa é a abordagem usada quando estamos criando um mundo no qual queremos criar uma ou mais histórias. Normalmente você começa com aspectos de geografia, clima, fronteiras, territórios, países, que culturas existem ali, religiões e assim por diante.

É comum que autores que usam esse método criem mundos com muita profundidade de detalhes. Apenas quando o mundo ficcional está razoavelmente delineado é que começam a construir personagens e criar histórias nele.

Minha experiência

Essas duas abordagens podem trazer bons resultado, mas é possível trabalhar mesclando essas características. No meu maior mundo ficcional, A Terra das Nove Luas, eu comecei apenas com umas ideias gerais, um reino, umas duas cidades. Era um jogo de RPG, a princípio. E na medida em fazia os jogos, ampliava a construção do mundo. Depois de um tempo, comecei a escrever os romances, e ao fazer isso, criei ainda mais elementos, história do mundo, outros povos, delineei outras regiões, etc. Aproveitava algumas coisas dos romances para os jogos e vice-versa. Só depois de muitos anos comecei a chegar num consenso sobre algumas coisas do mundo, fazendo ajustes nos jogos de RPG para se alinharem mais ao mundo dos romances.

Já no último romance de fantasia que escrevi, O Velho e a Devoradora de Almas, usei a abordagem 1. Sabia que eu queria uma história num mundo de fantasia, mas tendo como protagonista um personagem idoso. Uma coisa que fugisse daquela ideia de que um jovem, ou um grupo de jovens estão numa missão para salvar o mundo. Meu foco foi totalmente na história. Eu criei os elementos do mundo na medida do necessário, conforme avançava na escrita.

Depois de concluir o primeiro manustrito, contratei uma leitura crítica e recebi feedback de que faltava acrescentar detalhes à ambientação. Então, reescrevi a história inteira mudando muita coisa e trabalhando mais os elementos de ambientação, como por exemplo, história do reino, nomes de algumas organizações, etc.

Vale sempre a experimentação e o que aprendemos com nossas criações. Pode levar um tempo aprender o que funciona melhor para o seu processo criativo, mas não sinta medo de experimentar!

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Veja também a seleção de livros que fiz sobre worldbuilding.

Worldbuilding parte I – Os pequenos detalhes

Star vector criado por vectorpouch – www.freepik.com

Estou começando uma nova série de artigos para falar de ambientação das histórias. É comum o uso do termo worldbuilding quando falamos da construção de ambientação. A expressão significa literalmente “construindo mundos”.

Essa empreitada vale a pena?

Nossa, sério isso, construir mundos inteiros?

Bem, em alguns casos, sim. Especialmente se estivermos falando de histórias de fantasia ou ficção científica que lidam com outros mundos diferentes do nosso: o Planeta Terra. Ainda assim, vale lembrar que mesmo as maiores franquias de ficção como Guerra nas Estrelas, Jornadas nas Estrelas, O Senhor dos Anéis, Harry Potter, etc, realmente NÃO conseguem criar mundos de verdade, e em seus mínimos detalhes. Na verdade, reutilizam parte do que já existe em nosso próprio mundo. Fazer um mundo realmente “do zero” é quase impossível de se fazer.

Mesmo se estivermos pensando em ficção histórica, muitas vezes, não teremos registros suficientes para saber, de verdade, como as coisas funcionavam, nos mínimos detalhes, em todas as épocas e lugares de nosso próprio mundo. Mesmo se você for escrever uma história sobre o presente, isso não é viável. 

Dito isso, relaxe e comece a criar.

Pode até ser divertido (e tentador) criar mundos por si só, mas isso não deve ser nosso foco. 

Ambientação em função dos personagens e da trama

Muitas vezes, no contexto de jogos eletrônicos ou mesmo jogos de RPG pode existir esse trabalho da criação de coisas do mundo, qual é o planeta, sua composição atmosférica, sua geografia, os mapas, a vida ali presente, culturas, povos, suas histórias, magia, etc. Mas toda essa criação tem um propósito principal: apoiar o desenvolvimento das tramas e seus personagens. Toda história vem para nós através de personagens que estão em ação e da subsequente trama criada. A ambientação vem no sentido de servi-los.

Exemplo de criação de mundo

Enfim, para começar nossa exploração desse tema, quero dar um exemplo de worldbuilding baseado em minha própria infância. Penso que o que mais importa quando falamos na criação dos mundos são os detalhes do comum e do cotidiano. E isso vai estar presente nas boas histórias. Vamos começar a viagem do worldbuilding aqui bem perto, no nosso próprio mundo.

Desde que me lembro, minha família passava as férias de verão numa pequena vila de pescadores localizada no extremo da Ilha de Itaparica, localizada na Baia de Todos os Santos, próximo a Salvador – BA. O nome dessa vila é Cacha Pregos.

Não quero falar da Cacha Pregos contemporânea, mas a Cacha Pregos de 1980 a 1985. Para chegar lá, era necessário pegar uma balsa que os locais chamam de Ferry Boat, na qual seu carro vai nos andares de baixo enquanto os passageiros vão na “parte de cima”. Depois disso, seguir cerca de uma hora por estrada de asfalto e terra, em geral, em condições precárias. Era um lugar bastante isolado e antes do transporte por estradas, chegava-se lá apenas de barco. Uma viagem longa a partir de Salvador.

Cacha Pregos tinha apenas três ruas principais e alguns becos. A rua da praia, do meio e a do porto. A casa da minha família ficava em um desses becos. Imagino que não tinha mais que trezentos habitantes naquela época.  Não tinha eletricidade, água encanada, internet, bem, quase nada… A própria coleta de lixo era feita apenas uma vez por semana, o que deu origem ao meu esporte favorito: matar moscas com elásticos todos os dias depois do almoço. As moscas estavam sempre presentes, em toda a parte, mas isso era um incômodo menor, visto que era possível aproveitar de praias lindas, sair para pescar, ou passear no barco de pesca do tio do meu pai.

A rua do porto dava para o mangue, um lugar que ficava seco durante a maré baixa e no qual podíamos explorar, enfiando os pés na lama e caçar caranguejos ou pequenos mariscos que chamávamos de chumbinho.

As crianças locais não tinham sapatos e eu e meus irmãos, andávamos por toda a parte descalços também. Havia muitos gatos e cachorros vadios. As vezes pegávamos algum filhote para criar e sofríamos muito ao ter que deixá-los para trás no final do veraneio. As ruas não tinham pavimento. E nós víamos o telejornal todos os dias às 8 horas, quando meu pai ligava uma pequena TV preto e branco na bateria do carro.

Para obter água para banho e lavar louças, todos da casa participavam de um revezamento no qual bombeávamos manualmente a água salobra de um poço para a caixa d’água da casa. O banho era frio, então, quando deixávamos para tomar banho a noite, o jeito era esquentar um pouco de água na panela e tomar banho de caneco. 

À noite, acendíamos lampião a querosene e jogávamos baralho ou dominó. Fazíamos isso também no nosso quintal que era imenso. Não havia muros e Cacha Pregos e todas as casas vizinhas eram separadas por cercas simples, de tocos de madeira. Isso fazia com que galinhas e outros animais circulassem livremente entre as casas.

De dia era sair cedinho para pescar numa região distante. Eu gostava de pescar siris com barbante, pelancas de carne, pedaços de telha, e uma redinha chamada jererê. Era só jogar a isca no raso que logo apareciam meia dúzia dos bichos para comer. Era fácil tirá-los e colocar num cesto. Pegava facilmente 20 a 40 bichos todos os dias. Que eram cozidos vivos (credo! não gosto nem de lembrar dessa parte!) e comidos na hora do almoço, junto com muitas outros frutos do mar que os pescadores locais sempre vendiam para minha família. Peixes, lagostas, camarões, etc. Era um tempo de fartura, hoje em dia, já não se tem tanta pesca artesanal e a quantidade também diminuiu muito. A vila tinha apenas três pequenas vendas e não havia muitos produtos por lá. Mas não faltava Coca-Cola em embalagens de vidro de 1 litro, balas e farinha.

Nos quintais havia árvores imensas, boas de escalar. E frutas para comer do pé: goiabas, mangas, cajás, etc. E meus irmãos e primos sempre tinham diversas brincadeiras a fazer.

Água potável tínhamos que ir buscar, uma vez por quinzena em fontes na cidade histórica de Itaparica.

As casas eram todas muito simples. Você comprava coisas como cocada, geladinho, pastéis de banana, mingau de milho e tapioca, diretamente em cada um das casas dos moradores locais. 

Outra coisa interessante eram as histórias contadas pelos próprios moradores. Me lembro bem de um pescador que havia perdido os dois braços e ficado cego devido a pescar com bombas: Sr. Arílio. Ele passava, todos os dias, em nossa casa e nós o recebíamos para café e biscoitos. Tirava o chapéu de palha com os tocos de braço ao sair para a rua, o colocava de volta. Ele contava histórias de todo o tipo, muitas assustadoras. 

Muitas noites, todos colocavam cadeiras do lado de fora para observar as estrelas e papear. Meu avô, sabia muito de astronomia e também era fã de histórias de ficção científica e também de extraterrestres. Ouvi muito do conteúdo de livros como “Eram Deuses Astronautas” naquelas noites observando estrelas, a lua e estrelas cadentes.

Enfim, vamos parando aqui, pois eu poderia escrever um livro aqui facilmente. O que fiz aqui, foi um pouquinho de Worldbuiding de Cacha Pregos – BA. O lugar também poderia ser descrito assim: uma pequena vila de pescadores pitoresca com 300 habitantes que recebe alguns veranistas e FIM!

A ambientação se constrói através dos pequenos detalhes

O que quero destacar é que conhecer pequenos detalhes do cotidiano é algo a se pensar quando vamos criar a nossa ambientação. Provavelmente vocês acreditaram em tudo que eu descrevi e por quê? Isso vem dos pequenos detalhes. Qualquer um pode criar algo geral sobre uma vila de pescadores, mas os pequenos detalhes como caçar moscas, ver TV ligada na bateria do carro, o pescador aleijado, a pesca de siris, etc, somente alguém que esteve lá poderia descrever essas coisas.

Para criar um mundo crível, seja uma vila de pescadores ou um império galáctico, é preciso criar as coisas grandes assim como os pequenos detalhes. Pequenos pontos de veracidade para o leitor conseguir ver e acreditar.

Espero que tenham gostado! Ah, se ficaram curiosos sobre Cacha Pregos, escrevi um conto ambientado no local chamado A FEIRA E O FUTURO DA FICÇÃO, que integra a coletânea Contos Insólitos de Ficção (quase) Científica.

Essa coletânea tem sido bem avaliada pelos leitores na Amazon (12+ avaliações de cinco estrelas).

Próximo: Worldbuilding parte II – Abordagens

Dicas para melhorar a ambientação da sua história

Banner vector criado por upklyak – www.freepik.com

Antes de abrir aqui uma série de artigos para falar de worldbuilding, vejamos algumas dicas para melhorar a ambientação da sua história.

É difícil encontrar o equilíbrio entre o seu desenvolvimento de personagens e trama, que são para mim, os elementos chave da criação de uma boa história. Mas não devemos deixar a ambientação de lado. E há oportunidades para desenvolvê-la a todo o momento, sem cansar o leitor e, por favor, sem infodumps (ato de despejar informação desnecessária no leitor).

O ambiente em sua mente

Uma coisa a fazer é conhecer melhor, em sua mente, a ambientação. Escrever textos separados do seu livro para ter referência e, no momento certo, encaixá-los em sua narrativa. Se possível possível desenhe – fazer croquis ou rascunhos também ajuda muito.

É comum que as histórias tenham cenas se passando em diferentes lugares (locações). Então, vale uma reflexão mental/exploração do escritor sobre cada lugar. A imaginação é sua melhor amiga, mas também, é possível pesquisar em filmes, fotos e lugares reais. Imagine! Pesquise! Faça um cartão, ou uma anotação descrevendo cada uma das locações que vão compor seu livro. Pode ser uma pasta no seu computador ou mesmo um painel de referências em uma ferramenta como o Pinterest. Coloque fotos, desenhos, links, etc.

Dez perguntas para ampliar seu conhecimento sobre a sua ambientação.   

1. Existe alguma cor predominante em seus ambientes?

2. Existem figurantes nas suas cenas? Qual a aparência deles?

3. Que odores existem em cada locação? São cheiros agradáveis, terríveis, familiares?

4. O que podemos ouvir nas locações?

5. Você conseguiu transmitir com segurança para o leitor, uma ideia de onde cada cena acontece?

6. Há construções e objetos em suas locações? Como são?

7. O que há na sua locação que são criações naturais?

8. Que objetos especificamente você vai adicionar à cada cena? Eles são relevantes? Por quê? Existe algo perigoso ou útil por perto? O que?

9. O que há para sentir na locação? Calor, frio, vento, chão macio, paredes ásperas ou cortantes, etc?

10. O que há de feio, sujo ou nojento ou imperfeito na locação? E o contrário?

Nos próximos artigos, teremos uma série com nove partes sobre Worldbuilding. Próximo: Worldbuilding parte I – Os pequenos detalhes

Entre meus livros, um dos quais trabalhei a ambientação mantendo-me muito consciente para não cometer excessos foi O Velho e a Devoradora de Almas.

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