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Dicas para enviar seu livro para leitores beta

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Ufa! Você terminou aquela super revisão no seu manuscrito e antes de colocá-lo no mundo, ou enviar para editoras, o próximo passo recomendado é encontrar leitores beta e obter feedback.

Legal, né? Só que se você não tomar certos cuidados, os resultados obtidos podem ficar aquém do que você precisa.

E vamos esclarecer que encontrar leitores beta é diferente de colocar o manuscrito online em alguma plataforma como o Wattpad. Pode até ser que, por acaso, você receba algum feedback útil dos leitores que conseguir online. Mas seria melhor colocar o livro em uma plataforma após a leitura dos betas e revisões subsequentes. 

Então vamos lá, como fazer?

  1. Comece com poucos leitores, 2 a 4. 
  2. Entregue a eles apenas uns poucos capítulos, primeiro.
    Esta primeira conversa pode ser algo assim: “Vamos combinar assim? Eu te envio os dois primeiros capítulos e algumas perguntas. Se você quiser seguir adiante, envio mais capítulos.” Assim, a não se gera um compromisso/expectativa grande demais em relação a este processo.
  3. Junto com os capítulos enviados, dê a cada um dos leitores duas ou três perguntas específicas para responderem.
    Exemplos: O que você achou das ações dos personagens no capítulo 2? Alguma parte no capítulo 3 lhe pareceu confusa? Encontre uma cena e marque nelas se você consegue identificar as partes que uma cena deve conter (ver o artigo: Elementos de uma cena).
  4. Nunca dê o livro inteiro e pergunte: então, o que achou?
  5. Na medida que for recebendo feedback, envie mais capítulos com mais perguntas. Tente construir um diálogo com o leitor na medida em que ele avança. Tente entender como ele está captando a evolução da trama e dos personagens.
  6. Pegue todos os feedbacks recebidos e medite a respeito deles. Os leitores tem razão? Há algo que preciso melhorar? Algo a cortar? Mudar? Use essas pistas em conjunto com os passos de revisão que indicamos nos artigos “dicas para a revisão I a IV”.
  7. Escute os leitores. Eles tem uma percepção diferente da história. Normalmente os apontamentos deles terão bons fundamentos e poderão ajudar sua história a se aperfeiçoar.
  8. Não se desanime se houver críticas negativas. Faz parte do desenvolvimento da maturidade do escritor aprender a lidar com elas.

Agora, se você tiver uma grana para investir, uma ótima opção é contratar o serviço de leitura crítica. Feito por um bom profissional, vai te ajudar a refletir sobre sua história e aprimorá-la.

Veja também:

A página sobre meu livro vencedor do Wattys 2019: Os Óculos Indesejados de Ilya Gregorvich.

Dicas para a revisão – parte IV

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Finalmente, a quarta e última parte dessas dicas… Se está chegando aqui agora, seria legal voltar à parte 1.

Relevância de cada frase

Cada sentença do meu livro faz aprofundar o entendimento sobre seus personagens ou sobre a trama? Cada frase de seu livro tem que fazer isso. Qualquer frase que falhe neste teste, deve ser cortada.

Meta: reduzir o manuscrito em 10%

Seu segundo manuscrito ficou ao menos 10% mais curto que meu primeiro? É bom ter como meta mínima diminuir 10% do tamanho do seu manuscrito. 

Está realmente bom? Consigo descartar parte, ou tudo?

Você está disposto(a) a descartar páginas inteiras ou até, manuscritos inteiros, que não estejam funcionando? Estar trabalhando e reescrevendo a obra há um ano, cinco anos, quinze anos não necessariamente a torna boa. Se você revisa e muda seu livro, ano após ano, e ele não está melhorando, é hora de jogar essas páginas fora e ir escrever outra coisa.

Arremate

Vamos fazer uma revisão das dicas:

  • A primeira coisa e a mais fácil é começar por uma revisão ortográfica e gramatical e lembrar de remover advérbios e voz passiva.
  • Ajustar suas cenas para mostrá-las ao leitor, e não contá-las.
  • Rever a primeira cena: você ja começa com ação?
  • Cortar elementos e cenas óbvias.
  • Fazer a revisão cena a cena, de acordo com os elementos de uma cena. Ação, diálogo, detalhes  específicos, ponto de vista interno (reagir, refletir e revelar).
  • Ao reavaliar cada cena, resgate o significado que queria transmitir e deixe mais claro para o leitor, se necessário.
  • Revisar a motivação e consistência das ações dos personagens. Agem de forma realista? Tem desejos e falhas?
  • Analise a coerência dos elementos ao longo da história.
  • Certificar-se de que sua história tem ações acontecendo o tempo todo.
  • A ambientação contribui para o seu leitor entender sua história?
  • Suas transições entre cenas e capítulos estão claras?
  • Tente desenhar um esquema da estrutura da sua história. Você definiu claramente o início, motivação da história, escalada de ação, clímax e desfecho?
  • Conseguiu expor com clareza para o leitor quais o que está em jogo na sua história? Que riscos são assumidos pelos personagens?
  • Conseguiu reduzir ao menos em 10% seu manuscrito inicial?
  • Seu texto está bom o bastante? Conseguiu desistir de partes dele?

Agora sim! Está pronto para enviar seu livro para um leitor beta! Ah, mas ainda não acabou. No próximo artigo, leia algumas dicas para enviar seu livro a leitores beta.

Veja também:

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O velho Vedd, um soldado veterano de uma guerra ocorrida há mais de quarenta anos, atualmente vive uma vida pacata e solitária na capital do reino trabalhando como amolador de facas. Porém, uma tragédia está para acontecer e vai forçá-lo a partir numa jornada inesperada que poderá mudar não só a sua história como a de todo seu mundo.

De personalidade ácida, ele tenta entender o que está realmente acontecendo ao seu redor quando se vê diante de situações inusitadas.

É um livro de fantasia com um toque sombrio, diálogos bem humorados, magia, criaturas fantásticas e situações surpreendentes. Uma estória que foge dos padrões com protagonistas heróicos jovens e virtuosos, escolhidos profetizados, mocinhas em perigo, triângulos amorosos e finais felizes.

O romance de Carlos Rocha, é um prato cheio para quem gosta de antigas histórias de fantasia e aventura. A leitura da história é bastante fluída e a construção do roteiro é muito orgânica, o que dá estrutura para as duas coisas que o autor tem de melhor: um protagonista realista e carismático e uma ampla bagagem de leitura que surge aqui e ali como inspiração da obra.

DIEGO GUERRA – LEIA A RESENHA COMPLETA.

Dicas para a revisão – parte III

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É hora de refletir mais a fundo sobre a história que você criou. É bom tentar fazer isso até o limite de sua atual capacidade de auto crítica, antes de ir buscar leitores beta.

Ambientação

Sua ambientação está funcionado? A ambientação deveria ser uma parte integral de sua história e contribuir para o entendimento da mesma. Se não for o caso, então sua história poderia ser ambientada em qualquer outro lugar/mundo.  A trama e a ambientação devem se fundir para ampliar o aspecto único de sua história.

Motivação dos personagens

Seus personagens agem de forma crível? Eles querem alguma coisa? Cada um deles possui falhas?

Seus personagens precisam fazer coisas que os leitores acreditem que eles sejam capazes de fazer, tanto fisicamente como emocionalmente. Eles também deveriam possuir defeitos, porque personagens com defeitos geralmente desejam algo. Personagens perfeitos não querem nada porque já possuem tudo o que desejam.

Transições

As transições entre seus parágrafos e seções/capítulos do livro são claras? Não deixam o leitor em dúvida? Há alguma mudança de ponto de vista? Está demarcada de forma a não confundir os leitores? 

Se precisar mudar o tempo, o ponto de vista, ou mesmo o ambiente, pode ser interessante iniciar um novo capítulo, ou demarcar o texto com um sinal de separação, ou mesmo, um parágrafo duplo.

Estrutura

Sua história possui uma estrutura concebida e que os leitores são capazes de reconhecer? Por exemplo, seguem uma estrutura de cinco atos?

a) Iniciar com uma ação. Apresentação de situação relevante para a trama com o protagonista.

b) Ambientação. Mostrar o contexto da história, onde se passa, quem são os personagens, o que está acontecendo.

c) Desenvolvimento. Escalada de ações ligadas por causa e efeito rumo a algum objetivo que o leitor consegue compreender. Normalmente obstáculos no caminho do(s) protagonista(s).

d) Conflito. É o climax da história quando o personagem confronta o desafio final, a prova pela qual precisa passar para alcançar o seu desejo como personagem.

e) Final. Os acontecimentos finais da história. Quando nos despedimentos dos personagens e do livro e que dão uma sensação de que os conflitos propostos (ao menos o principal) foram resolvidos. Que consequências isso traz.

Claro, existem outras estruturas. A mais básica/universal é a de três atos: Apresentação e introdução da situação de conflito. Desenvolvimento (série de obstáculos). Clímax e finalização. É claro que nem todas histórias precisam se encaixar nisso. Mas quando se encaixam, há mais chance de compreensão e identificação com os leitores.

Riscos

Você conseguiu explicar ao leitor cada risco envolvido para cada um de seus personagens? Personagens que não assumem riscos, ficam em casa deitados em seus sofás assistindo TV. Personagens que assumem riscos, nos dão uma história

Dicas para a revisão – parte II

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Continuando com dicas para a revisão, aqui vão mais algumas… Vale ressaltar que são recomendações e não regras obrigatórias. Reflita antes de aplicar.

Existe ação no início da sua história?

Acontece alguma coisa ao final do primeiro parágrafo de seu livro? Não? É muito interessante que seu livro já comece com alguma ação, algo concreto, de preferência algo que mostre conflito, ou que seja ponte para construção e revelação de um conflito. Começos assim tem mais chance de fisgar o leitor.

Coerência

Faça uma análise de coerência de seu livro. Os detalhes físicos, mentais e emocionais estão consistentes ao longo da história? Pode não ser fácil identificar, mas é realmente necessário tentar enxergar o livro com outro olhos, analisar, tomar notas e tentar identificar questões incoerentes.

Revisão cena a cena

Reavalie todas as cenas. Elas são claras? Não deixam o leitor em dúvida? São completas? Seguem os cinco pontos que vimos no artigo “Elementos de uma cena”? Ação, diálogo, detalhes  específicos, ponto de vista interno (reagir, refletir e revelar). Estou conseguindo mostrar ao invés de contar?

Ação é importante! Está presente o suficiente?

A cada começo de capítulo e cada nova cena, começa com ações? Há algo realmente acontecendo? Isso é importante para manter o ritmo de leitura da obra. Muitas vezes, o leitor para o livro ao final de um capítulo. Não sabemos quando, depende do tempo dele, depende do quanto você conseguiu construir ganchos no capítulo anterior. Mas independente disto, sempre que ele voltar a ler, temos que tentar fisgá-lo novamente. Um bom caminho é através de ação. Não falo de cenas de ação como lutas ou perseguição. Lembre-se: alguma coisa precisa acontecer na história para manter o interesse do leitor.

Elimine a voz passiva

Estou escrevendo na voz ativa? Procure seu texto por trechos e voz passiva e transforme tudo para voz ativa. Por exemplo: Os cães eram ensaboados por Geraldo. Mude para: Geraldo ensaboou os cães.

Veja também: nossa lista completa de dicas e episódios de podcast.

Dicas para a revisão – parte I

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Você terminou de escrever seu livro e está pensando… Está na hora de enviar para os leitores beta?

Não faça isso! Não desperdice o tempo precioso deles mandando uma versão de seu livro que provavelmente ainda pode ser, em muito, melhorada. Antes de obter feedback de outras pessoas, faça uma mega revisão no seu manuscrito. Aqui vão algumas dicas (parte 1).

Comece com a parte fácil.

Uma revisão ortográfica e gramatical. Mesmo que não seja muito bom nisso, os corretores ortográficos dos programas podem ajudar. Além disso, é uma boa hora para reduzir o número de advérbios. Nenhum livro fica incrivelmente bom se estiver especialmente cheio de advérbios que podem ser potencialmente cortados solenemente, sem dó, dignamente. (Ops, me esqueci de remover os advérbios aqui!)

Remova palavras desnecessárias.

Analise cada frase. Esteja certo de que cada palavra é realmente essencial. O objetivo é deixar o texto enxuto e mais fácil de ler.

Valorize a percepção do leitor.

Corte os trechos onde você estiver deixando pouco espaço para o leitor pensar, sentir ou apreciar sua história. Isso está relacionado com aquela máxima: mostre, não conte. Ou seja, mostre o que está acontecendo com ações, diálogos, sons e cheiros. Coloque o leitor numa posição em que ele possa entender a cena e tirar suas próprias conclusões. Por exemplo, compare:

a) Fabiano estava muito nervoso, não aguentava mais aquela reunião chata. Ele pediu para os colegas focalizarem no assunto e logo depois a reunião terminou. Seus colegas de trabalho acharam que ele foi muito grosso.

b) Fabiano torceu os lábios e bateu com força no tampo da mesa. – Porra gente, vamos direto ao ponto, caralho!

Todos olharam para Fabiano com os olhos arregalados.

Judite sorriu amarelo — É gente, o Fabiano tem razão. Vamos ao que importa. Os clientes estão esperando.

Corte elementos muito óbvios. 

Por exemplo, se um personagem quer ir à cozinha comer algo não é preciso descrever todas suas ações físicas para que ele chegue lá.

a) Fabiano levantou da cama, acendeu a luz. Passou pelo corredor e desceu pelas escadas. Atravessou a sala se desviando dos brinquedos espalhados. Olhou o relógio da cozinha, eram 3:40. Abriu a geladeira e foi atacar os restos do bolo da festa de aniversário.

b) Em 3:40 da manhã e lá estava Fabiano sentado à mesa da cozinha comendo as sobras do bolo de aniversário. A cada dia suas chances de emagrecer só diminuíam. Ele comia com gosto, mas no instante que acabou, um Star Destroyer estacionou em cima de seus ombros. Era sempre assim, o vício e a culpa. Grandes companheiros de Fabiano.

Melhor que seguir os passos de um personagem é tentar aproximar o leitor de seus dramas e conflitos. Tente sempre levar o leitor para a mente ou para o âmago de seus personagens.

Garanta que a motivação de seus personagens é consistente.

Se um personagem fizer algo que ele mesmo não faria, deve ser porque ele evoluiu na trama, e não porque você se esqueceu de como seu personagem se comporta. Por exemplo:

Fabiano olhou para a linda fatia de bolo. Era magnífica, três níveis de recheio grosso, cobertura de chantilly esculpido com morangos e mirtilos no topo, partida num ângulo perfeito de quinze graus. Poderia estar numa vitrine de uma padaria chique. Ele disse — Não, muito obrigado. — Sua esposa olhou para ele, sem acreditar.

P.S: O que vocês deduziram sobre Fabiano? Dá para imaginar um arco para o personagem somente baseado nesses trechos de exemplo que dei acima? Gostaria de ouvir de vocês nos comentários.

P.P.S.: Que tal encontrar dicas dos mestres? Veja abaixo alguns de meus livros favoritos de escrita criativa:

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