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O que é ficção relâmpago? E por que você deveria se importar com isso?

Isto não é um cachimbo. (E também não é uma ficção relâmpago)

René Magritte, um dos mais importantes pintores surrealistas belgas, nos presenteou com uma das obras de arte mais intrigantes e provocativas do século XX: “A Traição das Imagens”. Abaixo da imagem de um cachimbo, Magritte inscreveu a frase “Ceci n’est pas une pipe” (em português: “Isto não é um cachimbo”). Essa afirmação aparentemente simples subverte nossa percepção da realidade e da representação artística.

Esse não é o quadro – “A Traição das imagens”. Também não é uma representação codificada em linguagem de máquina. Também não são pixels voando da tela para seus olhos.

Ficção Relâmpago (SQN)

Ficção relâmpago é uma das traduções aceitáveis para o termo Flash Fiction, que denomina as histórias escritas pelo super-heroi velocista “The Flash”. Ah, não, me desculpe. Isso foi uma péssima piada.

Este não é o Flash escrevendo uma Flash Fiction. Esta não é uma máquina de escrever steampunk com um display de magicita quebradora de janelas dimensionais. Este que não é o Flash, também não está fumando um não cachimbo.

Eu sei, você vem aqui para saber de um assunto e descobre que isso é um esquema de pirâmide das piadas ruins, por exemplo, o que são dois pontinhos pretos num microscópio? Uma blacktéria e um pretozoário. Já devia ter ido embora, certo? Mas se ainda não foi, aproveite para ver essa dupla pela primeira vez.

Estes não são uma blacktéria e um pretozoário. Esse seres não existem. Quer dizer, agora, meio que existem…

Tempos modernos (pouco tempo para ler)

Sabe, o mundo hoje anda muito acelerado, somos bombardeados com ofertas de filmes, séries, quadrinhos, livros, e UFA! É fácil sentir-se sobrecarregado… Ler aquele livro maior, ou mesmo aquela trilogia, ou série, fica mais difícil e nos vemos largando muitas leituras pela metade.

Aí entra a ficção relâmpago. Um formato que respeita o seu tempo e ainda assim oferece uma experiência completa (ou não). São histórias que você pode terminar em minutos (ou não), mas que permanecem com você por muito mais tempo (ou não). Aqui, você chega no final! (ou não)

Esta não é uma imagem desenhada por uma pessoa real. Isto não é extatamente o que pedi, e nem bem o que esperava receber quando resolvi dar um pincel ao meu robô de aluguel para que ele desenhasse por mim, já que não tenho dinheiro para contratar alguém para desenhar o que eu realmente queria.

Pausa para zoar a imagem gerada por IA. Olha esses rostos! MDS! Realmente já me sinto entrando em outra dimensão…

Minha história com ficções relâmpago e minhas histórias que são ficções relâmpago

Então vamos lá que vou te falar por que as ficções relâmpago são importantes para mim. Ah, sim, não me apresentei? Sou Carlos Rocha, escritor de fantasia e ficção científica e mantenho esse cantinho esquisito aqui da internet chamado Selo Multiversos.

Devo avisar que se você quiser, nos dias de hoje, receber uma definição “enciclopédica” do que é ficção relâmpago, está no lugar errado. Estamos na era das inteligências artificiais, e elas, apesar de fazerem esquisitices, certamente vão te oferecer um texto bem mais completo e careta sobre esse assunto (ou não). E se você pedir para elas desenharem coisas para você, se arriscará a ganhar uma careta bizarra como resultado, viu?

(finalmente) Definindo Ficções Relâmpago

Existem várias definições sobre a ficção relâmpago, nunca encontrei uma concordância plena nessas definições. O conceito que funciona para mim é: “uma narrativa de ficção bem curta, mas que possui personagens e trama.” Faltou falar das métricas: tamanho de 300 a 1500 palavras. Menor que 300, microconto. Maior que 1500, conto.

O termo “flash” foi concebido para denotar a brevidade e velocidade dessas narrativas. Em teoria, elas deveriam ser eficientes e entregar o máximo de impacto no mínimo de tempo. É… É o que muitos dizem, deve ser impactante, um soco no estômago. Mas eu discordo parcialmente. Vênia máxima para os escritores habilidosos que fazem isso muito bem, mas penso que é uma diretriz restritiva.

Pra mim, a ficção relâmpago é um tipo de texto que pode dar um gostinho bom na boca (ou ruim). Todavia, a vantagem é que não demora muito para você consumir o texto e poder ter suas impressões. É um petisco literário. Poderia ser uma latinha de Pringles(r), um saquinho de Torcida(r), um saquinho rosa de pipoca He-man(r) Aritana(r), enfim, escolha o seu salgadinho e vamos em frente…

A força da Ficção Relâmpago

Este não é o Capitão Ficção Relâmpago.

O formato tem uma peculiaridade que acho bem interessante: é necessário ser sucinto, cabem poucas ideias e personagens. É uma ginástica criativa que desafia o escritor a equilibrar clareza e complexidade.

A verdadeira magia da ficção relâmpago não está apenas na brevidade. Está no impacto. Uma boa história nesse formato é como olhar por uma fresta e vislumbrar um universo inteiro – algo que mexe com a sua imaginação e transforma o seu dia.

No meu caso, adoro escrever ficções relâmpago de fantasia e ficção científica. Quando escrevo neste formato, me sinto viajando por múltiplas portas dos multiversos. (Sim, eu creio em multiversos e não multiverso. Já que é múltiplo, por que se contentar com apenas um?)

Saudades da Mafagafo e da Faísca

Na faz muito tempo, houve um movimento em torno da ficção relâmpago devido à revista Mafagafo e a newsletter Faísca. Ainda me sinto agradecido a Jana Bianchi por ter conduzido essas publicações, pois foi através delas que descobri o gosto por escrever neste formato. Meu texto, Tetas de Ouro, que saiu na Faísca, infelizmente já não circula mais. Mas ele integra minha antologia Contos Insólitos de Ficção (quase) Científica (disponível na Amazon), mas que tem contos maiores.

Se você não sabia nada sobre esse formato, espero que tenha aprendido alguma coisa. Se estiver procurando um artigo mais certinho, eu indico esse aqui do Raphael Santos:
https://escritaselvagem.com.br/como-escrever/o-que-e-flash-fiction/

Tempestade de Ficção

A minha maior experiência com o formato é a série Tempestade de Ficção. Desde 2020, iniciei este projeto experimental e lanço volumes (mais ou menos) anuais com 20 histórias de fantasia e/ou ficção científica, cada uma um pequeno portal para novos universos.

O próximo volume, Fantasia Mecanizada, está chegando. Que tal embarcar nessa viagem?

Bônus – Gringos amam ficção relâmpago.

Se você lê em inglês, visite:

Apex Magazine – uma revista profissional focada em ficção científica, fantasia e horror.
Flash Fiction Magazine – uma revista online que publica uma ficção relâmpago por dia.
Techno-Fantasy – uma nova editora de quadrinhos e prosa que está publicando ficções relâmpago quinzenalmente.

[ATUALIZADO] Revista Cascártica – aceitando e publicando ficções relâmpago no Brasil.

Até a próxima. Como diria o He-man:

Selo Multiversos: A imaginação transforma. Universos para você imaginar.

Este não é o He-man. Ele não está comendo pipoca He-man. E sim, ARATAONA. E ele está lendo um maravilhos divro de LIGHTING FOCTION! Sabe, eu morro de rir desses robôs…

Série: Eventos Semiapocalipticos – Yoshi Itice

Em 2017, Yoshi Itice, quadrinista curitibano, também autor de Do Contra: Herança (Graphic MSP), começou a produzir e publicar de forma independente a série “Eventos Semiapocalípticos” que compreende cinco volumes: “Eduardo e Afonso” (2017); “Gilmar” (2018); “Gabriela” (2019); “Rafael” (2021); “Zé Augusto” (2022);

São histórias que, em algum grau, funcionam de modo independente, mas que estão fortemente relacionadas entre si. Vou tentar não entrar em muitos detalhes das histórias, para evitar spoilers.

Na primeira história da série, Eduardo e Afonso, notamos uma referência ao anime/mangá Fullmetal Alchemist, mas a primeira coisa que capturou minha atenção na HQ foi o excelente design dos personagens e o belo trabalho de cores, inclusive nos cenários. Em segundo lugar, não é uma história fácil de entender de cara. O leitor fica se perguntando: Quem são eles? Como assim, uma secadora de roupas falante? Onde eles estão? Por que as coisas estão assim? E são essas perguntas sustentam o desenrolar da série até o fim.

Mas o que é mesmo surpreendente, e o ponto alto, de todas as histórias dessa série é que, além do humor, há um subtexto que surge na relação entre os personagens, de suas qualidades e defeitos, que traz mensagens e reflexões ao leitor.

Na sequência, temos Gilmar, a história de um homem-peixe que é encontrado num mercado vazio, sozinho, trabalhando como caixa. Conforme a história avança, percebemos que Gilmar é um falso protagonista. Ele é uma figura bastante enigmática e apática e é levado por dois outros personagens, Robertinho e Gordo, a viver algumas aventuras surreais. É como se o leitor fosse arrastado para numa road trip vivenciar algumas experiências de modo passivo, apenas aproveitando a jornada. Ainda assim, a história contém um dos momentos mais divertidos da série, o confronto das Elfas Piratas Cozinheiras e dos Anões Piratas Cozinheiros.

Gordo e Robertinho, também aparecem na primeira história mostrando que o destino dos personagens está cruzado. E isso nos leva ao terceiro livro da série, Gabriela, no qual começamos a entender onde eles estão e o que causou o semiapocalipse.

Gabriela é uma cientista que quer consertar o mundo em que vive (e comer algo além de ervilhas), para tal, usa uma máquina do tempo portátil. O problema, é que quanto mais ela usa a máquina e faz viagens, mais confusa fica, perdendo a perspectiva do problema que deseja resolver.

No quarto livro da série, conhecemos melhor Rafael, o maior mago do universo. Ele aparece brevemente no primeiro livro, mas agora passamos a entender um pouco de sua vida e motivações. O cão, Sakamoto, e o construto, Henry, são seus companheiros de jornada.

Rafael fica chateado por não ter conseguido ajudar Eduardo e Afonso e busca conselhos com Jorge, um mestre mais graduado que ele (pai de Gabriela). Isso o leva de volta ao mais uma edição do torneio entre magos. Segundo o conselho do mestre, talvez ali encontre o que precisa para ajudar a dupla.

O que nos leva à incrível conclusão dessa série, a história de Zé Augusto, um esqueleto falante, encontrado por Laura (amiga de Gabriela), Gordo e Robertinho. Nesse livro, finalmente as respostas chegam, e entendemos como tudo aconteceu ao mesmo tempo que todos os personagens voltam a se reunir. E não sem um sacrifício, finalmente é possível atingir um final feliz.

Ler a série toda de uma vez é uma experiência divertida e imersiva, explorando um universo surreal e descobrindo mistérios, além de contemplar a belíssima arte de Yoshi Itice. As edições incluem seções de extras com esboços e textos complementares ao universo ficcional.

Voltada para o público infanto-juvenil, a série possui profundidade capaz de trazer reflexões a leitores de todas as idades. Recomendadíssima!

Você pode conhecer a biografia, outras obras e comprar as HQs da série na loja do autor.

Melhores livros de fantasia resenhados aqui

Toda boa lista de melhores livros de fantasia não deixa de incluir obras do cânone, como “O Senhor dos Anéis” e as “Crônicas de Nárnia”. No entanto, esta lista segue um caminho um pouco diferente, oferecendo recomendações de leitura igualmente incríveis e dignas de destaque.

1. Duplo Fantasia Heroica e volume 2– Christopher Kastensmidt e Roberto de Sousa Causo

Essas duas edições de 2011 trazem histórias de fantasia ambientadas no Brasil colonial. O primeiro volume traz duas noveletas, “O Encontro Fortuito de Gerard van Oost e Oludara”, de Christopher Kastensmidt, e “A Travessia”, de Roberto de Sousa Causo. A primeira é a primeira parte da sequência “A Bandeira do Elefante e da Arara” e a segunda é a continuação da “Saga de Tajarê”, vista no livro “A Sombra dos Homens”. No segundo volume, temos “A Batalha Temerária contra o Capelobo” e “Encontros de sangue”.

Ambas edições trazem texto de alta qualidade. A temática brasileira os posiciona num espaço distante das “tradicionais” narrativas fantásticas, quase sempre apoiadas no folclore europeu.

A série de Christopher evolui com novas histórias e foi lançada na forma de um RPG, A Bandeira do Elefante e da Arara. Um RPG que possui diversos livros de aventuras premiadas.

Roberto Causo é um dos maiores escritores de ficção científica, tendo criado o Universo GalAxis, onde trabalha seus personagens mais conhecidos: Shiroma, matadora ciborgue e Jonas Peregrino, ambos presentes em vários contos, noveletas e romances.

Dungeoneers #0 – Marcio Fiorito – Dayvison Manes

Dungeoneers #0, primeiro quadrinho autoral de Marcio Fiorito (Marvel, Valiant, IDW) foi lançado na CCXP 2022, mas tive a chance de adquirir na Feira de Quadrinhos da Casa que rolou de 16 a 18 de dez/22, em Belo Horizonte.

A fantasia medieval e histórias inspiradas em RPG estão entre as minhas favoritas, então, não deu pra resistir…

Esse número Zero tem apenas 12 páginas e é uma pequena introdução da série que o Fiorito pretende produzir. O traço do artista é excelente e, apesar da história curtinha, já consegue passar um clima de tensão e mistério.

Conhecemos um quarteto de aventureiros que vivem num mundo de fantasia e cujo ganhã-pão é explorar masmorras antigas e recuperar tesouros.

A capa é colorida, em papel couché 115 g, o miolo preto e branco, em papel offset 90 g, e estava à venda pelo preço de R$ 15,00.

Dungeoneers #0 foi escrita e desenhada por Marcio Fiorito, com letras e design de Deyvison Manes, as cores da capa são de Alex Guimarães.

Apesar de curtinha, recomendo conhecer o preview, pois temos personagens promissores e arte incrível! Tive oportunidade de bater um papo com o autor e ele está em dúvida quanto ao formato/tamanho para lançamento das próximas edições. Deixei minha sugestão para lançar episódios curtos… Ficamos na expectativa de ver o desenrolar da série!

Abaixo mais algumas imagens do quadrinho:

Márcio Fiorito nas redes:

Lançamento: Oráculo Esquecido

Finalmente está disponível na Amazon a segunda edição de Oráculo Esquecido! É o terceiro livro da trilogia iniciada em Olhos Negros (vencedor do prêmio Wattys 2015).

É meu maior livro de toda a vida, não acredito que escreverei algo que tenha mais de 961 páginas algum dia… Então se você curte uma narrativa longa de fantasia sombria, essa é sua chance.

Passei os últimos dois meses fazendo uma revisão na qual trabalhei melhor o texto para reduzir um pouco o volume do livro, melhorar a compreensão das passagens, e ainda, acrescentei algumas cenas novas que percebi que faziam falta na primeira edição.

Sinopse

As esperanças do reino de Lacoresh estão nas mãos de Kyle e seus companheiros e sua missão de obter respostas junto ao Oráculo. Mas antes de obter tais respostas, outras revelações mostram um mal que surge nos reinos do Vale Verde. Seria algo ocorreu no passado? Ou que acontece no presente? Poderia este mal ancestral ir contra os planos dos necromantes de Lacoresh?

Muitos perigos esperam por eles nesta jornada: bruxas, demônios, seres mágicos, terríveis monstros, nobres poderosos e gananciosos e até criaturas de outras dimensões. Haverá mesmo salvação para Lacoresh? Será possível evitar a Grande Eclosão? Há muitas perguntas a serem respondidas, assim como, novas perguntas a serem feitas.

Na conclusão desta trilogia, também voltaremos a acompanhar o anti-herói, Calisto, e finalmente conheceremos mais a fundo os líderes necromantes e suas motivações. Desvende os segredos do passado. Volte a Lacoresh, explore milenar cidade-estado de Tchilla, outras diversas locações do velho continente e até outras dimensões. Descubra o destino deste elenco de personagens e seu papel na construção deste momento histórico da Terra das Nove Luas.

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