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Michael Moorcock

Michael MoorcockAproveitando que estou em plena leitura de mais uma série de Michael Moorcock (Oswald Bastable – The Nomad in the Time Streams), que, não por acaso, é meu autor favorito, damos sequência aos artigos da série, “Must Read Fantasy Novels” – Romances de Fantasia que você deve ler, inspirado nos livro (100 Must Read Fantasy Novels de Stephen Andrewsand e Nick Rennison e outras fontes), vamos falar um pouco sobre Michael Moorcock e alguns de seus livros.

Nascido em 1939 atuou como editor, além de autor, e é considerado pela Enciclopédia da Fantasia como o autor britânico de Fantasia mais importante dos anos 1960s e 1970s e mais notável autor britânico do gênero Sword and Sorcery (Espada e Magia), gênero no qual se inspirou, mas também transformou. Um parêntese que cabe sobre o gênero Sword and Sorcery é que começou a ser utilizado após uma ocasião em 1961, o próprio Moorcock requisitou um termo para descrever o subgênero de fantasia em que heróis “musculosos” entravam em conflito com uma variedade de vilões, principalmente feiticeiros, bruxos, espíritos malígnos e outras forças sobrenaturais. Fritz Leiber (da série Lankhmar) sugeriu “Sword and Sorcery” e o termo pegou. Voltando ao Moorcock, ele também é um expoente dos gêneros: Science Fantasy, Urban Fantasy, Gaslight Romance e Steampunk.

Ele foi muito importante para a manutenção da tradição em torno do fantástico dentro da literatura geral expandindo as barreiras da fiçcão através de seu trabalho como “romancista social”, escritor de FC, editor de revistas e inovador em Espada e Magia. Autor profissional desde os quinze anos de idade, tem construído uma carreira sem barreiras com conquistas também na música, poesia e quadrinhos.

Já foi dito boa parte de seus escritos poderiam ser entendidos como uma única e massiva obra que se passa no conjunto de realidades alternativas que o autor chamou de Multiverso (ah, sim, é em homenagem a Moorcock que crei o Selo Multiversos). Entre suas célebres séries temos o conceito do Eternal Champion (Campeão Eterno).

Vale uma visita no www.multiverse.org para obter uma melhor visão deste com bibliografia atualizadas e debates relacionados à complexidade e múltiplas obras relacionadas entre si.

Como disse seu personagem, Erekosë, no prólogo de The Dragon in the Sword:

“Eu sou John Daker, a vítima dos sonhos do mundo todo. Eu sou Erekosë, Campeão da Humanidade, que matou a raça humana. Eu sou… Elric Womanslayer, Hawkmoon, Corum e muito outros – homem, mulher ou andrógeno. Eu já fui eles todos.”

Não há uma ordem lógica para conhecer o Multiverso de Moorcock, mas os autores de 100 Must Read Fantasy Books escolheram o personagem/romance, Elric of Melnibone como o melhor lugar para começar (eu não discordo).

Condenado e exausto, Elric é complexo e um personagem convincente, um ícone proscrito do gênero Espada e Magia. É um anti-Aragorn, um não-Conan.

E Moorcock é viciante. Quanto mais você lê e relê leus livros, mais conexões surgem… Ele é fabuloso e reconhecido assim por muitos, não é atoa que é meu autor favorito.

Romances recomendados (2!) da lista dos 100:
Elric of Melnibone (1972)

O império de Melnibone vem se desgastando por eras. Sob sua sombra decadente, os “Jovem Reinos” da humanidade estão lutando para dominar o mundo. Os “Melniboneans” são crueis, frios, adeptos de feitiçaria, tradicionalistas austeros que já governaram com punhos de ferro. Elric, o imperador anêmico e albino, tem saúde frágil e é mantido vivo através de feitiços e ervas, deseja poder evitar as responsabilidades de seu trono e gastar seu tempo ponderando sobre as implicações de novos conceitos como “moralidade”. A corte de Melnibone frequentemente duvida de sua capacidade e deseja um monarca mais duro e convencional para ocupar o Trono de Rubi. Tal figura está a espreita, trata-se de Yyrkoon, o primo malévolo de Elric. Oportunamente Yyrkoon age iniciando uma cadeia de eventos que impulsiona Elric ao cumprimento de seu destino. Auxiliado por seu patrono, o demônio Arioch, (o Cavaleiro das Espadas), Elric confronta Yyrkoon no Plano Místico onde duas espadas negras pulsantes ficam suspensas com runas brilhando em suas lâminas. Estas lâminas conscientes bebem almas e Elric apodera-se de uma delas chamada Stormbringer. Com ela ele irá trair seu povo, condenar seus queridos e abraçar sua estranha busca para encontrar o significado da existência. O livro dá partida à serie com que é bastante recomendável aos que gostam de lutas épicas (e sangrentas) cheias de simbolismo e questões existenciais.

The City in the Autumn Stars (1986)

Durante o “Terror” de Robespiere que seguiu-se à Revolução Francesa, Manfred Von Bek, cuja família é tida como serva de Satã na busca do Cálice Sagrado (ver nossa resenha de The War Hound and the World’s Pain) e buscadores para a cura dos males do mundo, mal escapa de Paris.
Depois de várias aventuras, Von Bek finds chega versão fantástica de Mirenberg (localizada em Mintelmarch) onde se encontrará com o filósofo Fox que admira Diderot e a incomparável lady Libussa. Enquanto isso, o vilão Klosterheim e seus servos possuem planos para trazer problemas a Von Bek, que por sua vez, se envolve com Libussa num experimento alquímico que espelha os eventos chave dos romances de Jerry Cornelius.

Embora o livro possa ser lido como uma história a parte é também parte da sequencia de romances da dinastia Von Bek que mais tarde também cruza com as últimas aventuras de Elric na trilogia “Dreamthief”.

Por si só, este romance é elegante e cheio de referências cruzadas para aqueles que conhecem bem o Multiverso.

Eu acrescentaria, sem medo algum a estas sugestões de Stephen Andrewsand e Nick Rennison os seguintes títulos:

A série de Dorian Hawkmoon (The History of the Runestaff)
The Jewel in the Skull
The Mad God’s Amulet (aka Sorcerer’s Amulet)
The Sword of the Dawn
The Runestaff (aka The Secret of the Runestaff)

A primeira série do Príncipe Corum (The Swords Trilogy/The Swords of Corum/Corum: The Coming of Chaos)
The Knight of the Swords
The Queen of the Swords
The King of the Swords

Toda série de Elric
Elric of Melniboné
The Sailor on the Seas of Fate
The Weird of the White Wolf
The Sleeping Sorceress
The Bane of the Black Sword
Stormbringer
Fortress of the Pearl
Revenge of the Rose

E a trilogia Elric/Von Bek
The Dreamthief’s Daughter (2001) ISBN 0-446-61120-4
The Skrayling Tree (2003) ISBN 0-446-53104-9
The White Wolf’s Son (2005) ISBN 0-446-61745-8
Bem, a bibliografia de Moorcock e vasta e viciante. Conheça mais em: http://www.multiverse.org/wiki/index.php?title=Concise_Bibliography Vale conferir também a lista de leitura recomendada no Multiverse.org: http://www.multiverse.org/fora/showthread.php?t=3562

Infelizmente há uma grande barreira entre este grande autor e o público brasileiro… Apenas uma pequena fração de suas obras foram traduzidas. “<Desejo Mode> Um dia quando crescer e se puder, eu vou editar muitos títulos dele aqui…</Desejo Mode>”

Até lá, temos que nos contentar com umas poucas traduções feitas por nossos colegas de Portugal, ou para quem tem a sorte de ler bem em Inglês, ler os livros no idioma original.

[Atualizado] A Editora Mythos lançou duas lindas graphic novels do Elric e a Generale (Évora) lançou os dois primeiros volumes da saga de Elric, que, no momento, estão esgotados.

[Atualizado]  Saiu pela Arte & Letra em parceria com a Argonautas, Crônicas de Espada e Magia, uma antologia de contos de autores brasileiros, estrangeiros e dentre estes, um conto de Michael Moorcock.

Leia também:

A entrevista que traduzimos da SFF-World;

Resenhas:

Mais artigos desta série:

The War Lord of the Air – Michael Moorcock

Warlord of the Air

Primeiro livro da série “The Nomad of the Time Streams”, The War Lord of the Air e é tido como um dos precursores do Steam Punk.

O autor usa um artifício interessante para a premissa da história. Em 1903, seu próprio avô, (também chamado de Michael Moorcock) teria coletado o relato da aventura temporal/dimensional do tenente Oswald Bastable do exército britânico que

foi enviado, um ano antes, para negociar paz com uma pequena cidade estado vizinha da índia, na região montanhosa próxima ao Nepal. Lá encontra uma cidade “impossível” chamada Teku Benga, isolada, antiga, de muitos deuses e cultos, de arquitetura esquisita e única, habitada por um povo estranho comandado por Sharan Kang, um rei/alto sacerdote (que dá medo).

Vítima de uma emboscada, Oswald e seus homens tentam escapar do Templo do Futuro Buda, e ao percorrer os labirintos subterrâneos do templo, acaba sendo atirado para o ano de 1973, numa versão alternativa da terra na qual o imperialismo não acabou, aviões não foram inventados, as grandes guerras mundiais não ocorreram e o progresso do mundo está ligado ao  desenvolvimento de aeronaves dirigíveis (mais sofisticadas que os nossos dirigíveis) e progresso sob orientação das grandes nações imperialistas como Inglaterra, Estados Unidos, Rússia e Japão.

Oswald é resgatado por um dirigível (o Péricles), das ruínas isoladas da própria cidade de Teku Benga. Neste futuro, o tenente se vê maravilhado neste mundo que ele mesmo chama de Utopia, pois por exemplo, em Londres a pobreza foi erradicada. Mas também se vê num futuro no qual não pertence. Ninguém acredita em sua história e a versão dos fatos aceita é que ele teve amnésia. Acaba, depois de alguns meses se adaptando e vai trabalhar como oficial de segurança em linhas aéreas comerciais. Porém, uma série de eventos força o ex-tenente a rever seus conceitos sobre a política imperialista. É um livro recheado de reflexões sobre política e o funcionamento da sociedade.

O personagem se depara com algumas interessantes figuras em sua jornada, como Una Persson (recorrente em vários livros do autor), um Ronald Reagan alternativo muito interessante, entre outros.

A única coisa que parece ameaçar essa “Utopia” vista por Oswald, são os grupos anarquistas e terroristas que pregam o regime socialista/comunista. Um fervoroso defensor do império Britânico e dos ideais de justiça de sua época, Bastable aos poucos se desilude e suas crenças são abaladas após encontrar-se como o “Senhor da Guerra dos Ares” um revolucionário chinês que construiu uma cidade socialista utópica: a Cidade do Amanhecer. Lá convivem pensadores, cientistas, escritores, políticos e militares. Eles se preparam para assaltar o modelo político do mundo para derrubar o imperialismo e substituí-lo pelo socialismo.

Eu recomendo a leitura, pois é um livro de rápida e fácil leitura, com algumas boas discussões políticas, referências à cultura pop e onde pode se conhecer o gênero Steam Punk ainda em seu estado embrionário. Mas penso que essencialmente é uma narrativa de história alternativa.

O livro possui duas sequencias: The Land Leviathan e The Steel Tsar, sobre os quais falarei aqui em breve.

{rating}

The Broken Sword (A Espada Quebrada) – Poul Anderson

Broken SwordO que dizer sobre este livro? Em primeiro lugar: é muito bom! Foi escrito mais ou menos na mesma época em que o Senhor dos Anéis (pelo menos, foram ambos publicados no mesmo ano, 1954). Seu autor, Poul Anderson (1926 – 2001) foi um escritor norte-americano da Era Dourada da ficção científica, mas também escreveu alguns livros de fantasia. Este foi seu primeiro livro de fantasia após estabelecer-se como um escritor bem sucedido de ficção científica. Ele deve ter escrito uma boa centena de livros e recebeu diversos prêmios, como o Hugo (sete vezes!).

Tem uma narrativa bastante sombria e adulta e talvez a precursora de contos de fantasia neste subgênero. Muitos autores já citaram que este livro foi uma inspiração, ou mesmo referência, entre eles, Michael Moorcock. A história tem muitos elementos pesados e imagino que teriam sido mais pesados ainda na década de 1950, quando foi lançado. Ou seja, não é uma leitura recomendável para jovens leitores. No pano de fundo, há citação de algumas situações históricas, mitologia e cultura nórdica, céltica, escocesa e inglesa e lendas de fadas. No primeiro plano, personagens brutos e violentos que demonstram inveja, luxúria, vingança e amor.

O romance conta a história de Skafloc, um homem que é raptado quando bebê e antes de ser batizado. Imric, seu raptor é um conde entre os elfos que governa o território da inglaterra, cria o rapaz como seu filho adotivo. Um humano entre os elfos poderia representar uma vantagem no conflito travado entre elfos e trolls há muitas gerações. Porém, Imric não poderia apenas roubar uma criança humana, portanto ele o substitui por um changeling, um filho próprio seu com uma troll louca que o conde mantém na masmorra de seu castelo. A história se passa na Inglaterra, Irlanda e alguns países nórdicos e se passa ora no mundo dos homens e ora em Faerie, um local místico que somente seres míticos podem enxergar e uns poucos humanos dotados de “visão de bruxo”. Interessante é que aqueles que não a possuem enxergam no lugar de um castelo ou fortaleza, montanhas de formato curioso.

O verdadeiro pai de Skafloc, Orm, é um guerreiro nórdico que resolve se estabelecer na Inglaterra após suas conquistas e acaba se casando com uma moça que adotou a religião cristã. A conquistada por ele era o lar de um pequeno senhor Inglês cuja família inteira é morta por Orm exceto por sua esposa vende a alma ao diabo, se torna uma bruxa e jura vingança contra Orm e toda sua descendência. No contexto da história, o “Cristo Branco” e sua religião que se espelhava pela Europa era responsável pelo enfraquecimento e eliminação dos povos míticos de Faerie da face da terra.

Na cerimônia de nomeação de Skafloc, um mensageiro dos Aesir, Skirnir presenteia a criança com uma antiga espada de ferro quebrada em dois pedaços. Em realidade uma espada de natureza maligna quebrada pelo próprio deus Thor e que um dia o rapaz resolve unir para cumprir um destino cruel. Do outro lado, entre os humanos, o changeling Valgard cresce um rapaz brutal o que agrada seu pai mas desagrada sua mãe. Valgard acaba cometendo crimes terríveis (induzidos pela bruxa) e parte numa jornada para juntar-se aos trolls.

A descrição e modos de agir dos elfos e trolls que o autor cria é muito diferente das usuais. Ambos são bastante inteligentes, organizados em civilizações porém amorais e orgulhosos. Ambos escravizavam raças menores que utilizavam em seu favor e nos conflitos. Há grande contraste entre a moral pagã destes seres e a moral cristã dos humanos que aparecem na narrativa. E do meio de uma guerra de vida ou morte para as nações élficas e dos trolls, o autor ainda encaixa de forma bem sucedida uma história de amor, bastante trágica, mas uma história de amor.

Uma sensação curiosa (e que se repetiu várias vezes) que tive lendo este livro era de que o livro teria de acabar, ou iria acabar logo, mas eu sabia que não. Senti isso de um terço até dois terços da evolução do enredo. A todo momento a narrativa parecia ter chegado a um beco sem saída. Eu pensava: “não vai ter jeito de continuar… está tudo acabado!”, mas alguma surpresa levava a história adiante.

A edição que li foi a revisada pelo autor em 1971. Muitos críticos (e o próprio Moorcock) dizem que a revisão empobreceu a obra original, o autor sustenta que não. Independente disso, The Broken Sword possui todos elementos de uma boa história de fantasia unindo magia, heróis, vilões, armas mágicas, criaturas e monstros míticos. É também uma obra de contrastes com momentos muito tensos intercalados por passagens mais amenas e tradições pagãs amorais contrastadas com a moral cristã. Enfim, é um grande clássico da literatura de fantasia e eu confirmo a indicação de Stephen E. Andrewsand e Nick Rennison como um dos 100 romances de fantasia que você deve ler (100 Must Read Fantasy Novels).

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Poul Anderson

Poul Anderson

Poul Anderson

Este é o primeiro artigo da série “Must Read” que pretendo escrever pelos próximos anos. Tive a idéia depois de obter o livro 100 Must Read Fantasy Novels de Stephen E. Andrewsand e Nick Rennison. Mas já arrumei algumas outras fontes também e que me servirão de guia de leitura para conhecer melhor o gênero, como The 100 best books de James Cawthorn e Michael Moorcock.

Poul Anderson (1926 – 2001) foi um escritor norte-americano da Era Dourada da ficção científica, mas também escreveu livros de fantasia como a série King of Ys e o livro The Broken Sword. Ele deve ter escrito uma boa centena de livros e recebeu diversos prêmios, como o Hugo (sete vezes!).

O livro recomendado (e que já estou lendo, lá pelos 70%) é The Broken Sword (1954). O autor foi um conhecedor da mitologia nórdica e descendia de dinamarqueses. A história é sobre o conflito de dois povos míticos, Elfos e Trolls, inumanos antigos e brutais em sua natureza. Mais detalhes na resenha, que sai em breve (estou curtindo pacas).

O livro foi reconhecido como influenciador da série Elric de Michael Moorcock e é considerado um marco na história do gênero Espada e Magia (Sword & Sorcery).

Leituras relacionadas:

Poul Anderson:
– Three Hearts and Three Lions
– Hrolf Kraki’s Saga;
– The Merman’s Children
Anônimo
– Beowulf
Michael Moorcock
– The Knight of the Swords (já li, excelente!)

Outros autores desta série de artigos:

Michael Moorcock

The War Hound and the World’s Pain – Michael Moorcock

War Hound Primeiro livro que li no meu Kindle. Simplesmente não dá para ficar sem a função de dicionário integrado. Bom, mas vamos lá!

Neste romance acompanhamos o Capitão Ulrich von Bek, um mercenário alemão que lutou em várias batalhas da Guerra dos Trinta Anos (1618-1648) uma série de conflitos de ordem religiosa envolvendo católicos e protestantes. Porém, não se trata de um romance de ficção histórica, mas sim de fantasia (algo a esperar de Michael Moorcock). De modo geral curti o livro pelas reviravoltas imprevisíveis e personagens e lugares exóticos. Mas não gostei tanto do vilão, Klosterheim. Como outros livros do autor sua maior virtude é apresentar personagens e lugares estranhos e tramas igualmente incomuns. É muito difícil falar desse romance sem algum nível de spoilers, mas vou tentar ao máximo. Mas se quiser ler o livro livre de spoilers, pare aqui.

O argumento central do livro é a busca de von Bek pelo Cálice Sagrado, uma missão encomendada pelo regente do inferno o anjo caído Lúcifer. Ao aceitar tal missão, von Bek parte numa jornada pela europa histórica com suas cidades reais como Madgeburgo, mas principalmente viajando através de terras fantásticas (Mittelmarch) que são fronteiras do nosso mundo com outros. Em nosso mundo ele se encontra com Grigory Petrovich Sedenko, um mercenário muscovita que passa a acompanhá-lo. Acompanhamos muitas viagens e algumas batalhas da dupla na busca do cálice. Ulrich e Sedenko estão longe de ser heróis virtuosos, antes disso, são soldados e pecadores. Ulrich teve uma criação com estudos e pensamentos filosóficos e teológicos sobre o bem e o mal, Céu e Inferno são temas recorrentes nos diálogos e indagações que ele próprio passa a ter após vender sua alma ao demônio. Mas o cálice pode lhe trazer redenção, assim como ao mundo e ao próprio Lúcifer.

Um aspecto divertido no livro, para quem já leu outros livros de Michael Moorcock e encontrar nas entrelinhas os temas mais desenvolvidos na série Eternal Champion. Neste livro, por exemplo, o patrôno de Elric, o demônio Arioch é um dos duques do inferno que contrapõe Lúcifer e apoia o antagonista de von Bek, Klosterheim. Os temas da Lei, Caos e Equilíbrio também aparecem, sendo que o Cálice representa o Equilíbrio, tratado neste livro como Harmonia. Outra figura que aparece é a rainha Xiombarg (em outros romances uma Lorde do Caos), mas aqui a rainha de um reino estranhamente tomado pela Lei e harmonia. É possível fazer conexões com a série de Dorian Hawkmoon e sua busca pelo Runestaff (que seria uma outra representação física do Cálice Sagrado).

Acho que é o melhor que consigo sem mais spoilers…

Mais da família von Bek aparce diversos contos e nos romances: The Brothel in Rosenstrasse (1982), The City in the Autumn Stars (1986), The Dragon in the Sword (1987), The Dreamthief’s Daughter (2001), The Skrayling Tree (2003) e The White Wolf’s Son (2005)

Leia mais sobre Michael Moorcock

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