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Categoria: Resenhas Page 36 of 38

Extraneus 1 – Medieval Sci-fi

Em Extraneus 1, Editora Literata e Estronho, temos quinze contos que seguiram a diretriz da antologia de mesclar elementos Medievais com Sci-fi. Dentro da proposta encontramos formas variadas de expressar esta mistura. Temos desde anacronismos, simulação em realidade virtual, contatos alienígenas, tecno-fantasia, etc. O livro, como objeto é bastante interessante e possui diagramação diferenciada e um bom acabamento com algumas “estronhices” de formatação bem boladas.

Nesta antologia, destacam-se os trabalhos de Leandro Reis, Um Dia Qualquer e de Ana Cristina Rodrigues, Cartouche. Em seu conto, Leandro Reis desenvolve uma narrativa empolgante sobre um dia duro na vida do Orc, Tenente Klotan, e seu trabalho como policial.  Já Ana Cristina Rodrigues, em seu conto muito bem humorado, nos transporta a outro mundo no qual a alta tecnologia está disponível acompanhamos o gatuno, Cartouche numa aventura entre alienígenas, perseguidores e um interessante dragão escritor.

Destacamos esses dois contos, mas todos tem algo de interessante e podem igualmente despertar o interesse do leitor conforme seu gosto e afinidades.

Contos e Autores

Dez Lampejos Do Muçulmano De Ferro – Cirilo S. Lemos

Ameaça Dracônica – Larissa Caruso – http://realidadefc.wordpress.com/

Jogos De Guerra – Rober Pinheiro –  http://roberpinheiro.blogspot.com/

Cartouche – Ana Cristina Rodrigues –  http://talkativebookworm.wordpress.com

A Peste – Claudia Zippin Ferri

Um Dia Qualquer – Leandro Reis –  http://www.grinmelken.com.br

Guerra Dos Mundos – M. D. Amado –  www.estrono.com.br

Eram os Magos Astronautas? – Renato A. Azevedo

Punição – Simone O. Marques –  http://simoneomarques.blogspot.com/

A Peregrina – Gianpaolo Celli

Mensagem a Pedro, o Eremita – Davi M. Gonzales

A Sepultura Do Juízo Final – Gadiego Silvestrini

Demônio Das Estrelas – Rebis Kramrisch

Aparição – Rudá Almeida

Churrasco D’Arc – Leonardo Pezzella – http://monologando.zip.net/

Em resumo: Por reunir autores diversos em torno de temas inusitados Extraneus é uma série que vale acompanhar!

A Sombra dos Homens – Roberto de Sousa Causo

Sombra HomensA Saga de Tajarê: Livro 1

Editora: Devir
Páginas: 120
Ano: 2004

O livro narra a jornada do índio Tajarê, da Aldeia do Coração da Terra, que é convocado pelas forças mágicas da Terra como seu campeão para cumprir seus desígnios. A Tajarê não agrada cumprir o destino que lhe é apontado, lhe desagradam as mortes e o combate, mesmo assim, o chamado é forte e quase irresistível. O livro reune quatro partes narrativas, algumas das quais foram publicadas separadamente como contos na revista Dragão Brasil. Em A Sombra dos Homens, Tajarê e os seres da Amazônia mítica do século XI encontram-se com uma expedição de vikings vindos da Islândia chefiada pela sacerdotisa Sjala.

Nesta terra fantástica estão presentes criaturas do folclore brasileiro tais como os Uauiaras, botos que assumem forma de gente, antigos Guaranguás (peixes-boi) entre outros. Também se fazem presentes as Icamiabas, mulheres-sem-homem, as amazonas que se instalaram na região após o cataclisma que varreu do mapa a Atlântida. É do confronto de forças antagônicas e fusão de distintas mitologias que a narrativa se forma.

A idéia de resgatar e trabalhar possibilidades contidas num contexto de mitos brasileiros e não cair na “mesmice” de recorrer a referências estrangeiras tais como elfos, dragões, lobisomens e vampiros é louvável. Há muito potencial de desenvolvimento narrativas de literatura fantástica elementos do folclore brasileiro, ou mesmo da proto-nação brasileira.  A obra leva o leitor a um ambiente que recria uma espécie de mitologia brasileira, na realidade, dos povos indígenas que viviam no Brasil antes de seu descobrimento (e da formação da identidade da nação brasileira). Nesta linha o autor buscou incutir na linguagem utilizada trejeitos próprios de uma comunicação aproximada de linguagem indígena. Confesso que me falta conhecimento para atestar se é apropriada a forma pela qual o autor distorce o uso do português para aproximar de uma forma narrativa indígena. O efeito é curioso, mas trouxe consigo uma desvantagem que foi dificultar o entendimento da narrativa e, em alguns casos, torná-la um pouco enfadonha devido à repetição excessiva dos nomes dos personagens como forma universal de referência e tratamento. Outro aspecto negativo é a concatenação dos segmentos da história. Parece que como foram constituídos como contos separados, a junção das partes não cria um todo com continuidade fluida.

O livro tem também um interessante artigo por Bráulio Tavares intitulado: O herói e a sombra dos homens. Este procura situar a obra do autor e no contexto da literatura fantástica. Talvez, numa próxima edição, o artigo estivesse mais bem situado após a narrativa, na forma de apêndice (spoilers).

O balanço final é que é um livro um pouco difícil de digerir, apesar de ser curto. É corajoso no sentido de explorar uma temática pouco explorada por nossos autores de literatura fantástica. É um apontador de caminhos para que mais autores se desafiem a criar histórias fantásticas que escapem dos moldes de mitologias estrangeiras que muitas vezes tem pouca ou nenhuma relação com nossa identidade. Ainda há muito que explorar no fantástico e folclore brasileiro, em especial, neste subgênero de “capa e espada” (sword and sorcery) ou como o próprio autor chamou em seu fanzine, Borduna e Feitiçaria.

O Talismã do Poder – Crônicas do Mundo Emerso

Enfim a conclusão de mais uma trilogia: Crônicas do Mundo Emerso. O que me fez pensar: de veio esse gosto por trilogias? Um pequeno desvio e encontramos no verbete trilogia, da wikipedia em inglês, um pouco do histórico deste tipo de obra e um curioso caso explicando que “O Senhor dos Anéis” não é uma trilogia, como muitos pensam. Lá encontramos também (vale conferir) links para trilogias literárias e trilogias de fantasia.
Na conclusão da série, a semi-elfo, Nihal, o mago, Senar e o escudeiro, Laio, partem numa jornada para reunir as oito pedras que irão compor o talismã. Este artefato constitui o único poder capaz de fazer frente ao Tirano. As pedras são guardadas por oito espíritos localizados em templos, um em cada uma das terras do Mundo Emerso. Ael, água; Glael, luz; Sareph, mar; Thoolan, tempo; Tareph, terra, Goriar, escuridão; Mawas, ar; Flar, fogo.
Em paralelo a esta busca é evidenciada a jornada do gnomo, Ido, como Cavaleiro de Dragão e sua busca por redenção. O destino de Ido passa ser o confronto com um dos principais servos do Tirano, o Cavaleiro de Dragão Negro, Deinóforo.
Durante a aventura, completa-se o ciclo de apresentação de cada uma das terras do Mundo Emerso. Aos poucos, conhecemos sobre a história do Tirano, suas conquistas e da verdade sobre o extermínio dos semi-elfos, o povo de Nihal.
No terceiro livro o tom dos anteriores é mantido, porém um pouco mais sombrio e repleto de justificação filosófica. O tema da violência que esteve presente desde o primeiro livro torna-se mais evidente e no final a discussão gira em torno da civilização do mundo emerso, seus povos, terras e indivíduos que são capazes de amar, mas também de odiar. O que seria mais forte? O que prevalece, ódio ou amor? São todos seres vítimas do ódio? Os que tiveram vivências violentas e carregam sangue e morte nas mãos, podem ser perdoados? Podem se recuperar? Podem encontrar redenção e paz?

Estas não são questões respondidas, mas algo em que a autora nos convida a pensar, e, neste ponto, surge algo positivo desta saga. Poderia ser apenas
uma aventura em terras fantásticas, cheia de confrontos envolvendo criaturas fantásticas e estranhas raças, mas não. São histórias de personagens que vivem sob conflito e de alguma forma procuram por sentido em suas vidas, agarrando-se a ele ou sacrificando-se para conquistá-lo.

Enfim, a conclusão da série não traz muitas surpresas. É possível imaginar o desfecho da série desde o primeiro livro; e por falar em desfecho, o epílogo é construído de maneira interessante e dá notícia do destino dos principais personagens vistos durante a série. Abre-se também a perspectiva de continuidade de histórias no Mundo Emerso. Vale lembrar que a segunda trilogia (ah, trilogias) chamada Guerras do Mundo Emerso que se passa quarenta anos depois desta série já tem os dois primeiros livros editados pela Rocco: livro 1 – A seita dos assassinos e livro 2 – As duas guerreiras.
É isso! Balanço final: gosta de fantasia? Vale conhecer esta série e o estilo desta autora. Não se sobressai como outros autores de fantasia como
Tolkien, George R. R. Martin e Michael Moorcock, mas certamente ajuda a compor o gênero com seus personagens interessantes, alguns irritantes e outros memoráveis.

A Semana dos Bruxos – Os Mundos de Crestomanci

Semana dos Bruxos

A Semana dos Bruxos

Não é o primeiro, nem último livro que leio da excelente escritora britânica Diana Wynne Jones. Autora de mais de 40 livros, em sua maioria, literatura infanto juvenil, Diana é mestre do gênero e suas obras cheias de personagens, mundos e circunstâncias interessantes. Entre seus romances, temos editados no Brasil: O Castelo Animado (Howl’s Moving Castle) que inspirou o filme de Hayao Miyazaki. Também editado pela Galera (Record) sua sequência: O Castelo no Ar. Títulos instigantes como The Dark Lord of Derkholm e a série, Mundos de Crestomanci estão entre meus livros favoritos.

Aliás cabe um parêntese, como é rico o coletivo de escritores de fantasia Britânicos: Tolkien, Michael Moorcock, C.S. Lewis, Neil Gaiman, Brian Talbot, Lewis Carroll, J. K. Rowling, entre outros.

Os livros da série Crestomanci, são mais ou menos independentes entre si. Trazem em comum a figura do Mago Crestomanci, que é o feiticeiro mais poderoso de um conjunto de mundos infinitos e responsável por governar a magia, ao menos, até onde lhe é possível.

A Semana dos Bruxos (original de 1982) conta a história de uma dúzia de crianças, a maioria órfãs, que estudam num colégio interno chamado Larwood. Neste mundo, a magia é proibida e qualquer um que seja identificado como bruxo é condenado à morte e vai para a fogueira. O problema é que os alunos do Internato de Larwood, em sua maioria, são filhos de bruxos, e assim, há grandes chances também de se tornarem bruxos.

O livro começa quando um dos professores da turma recebe um bilhete anônimo com a seguinte acusação: Um dos alunos da turma 2Y é bruxo. Depois disso, evidências de que bruxaria se manifesta no internato começam a aparecer e o clima entre alunos e professores fica tenso. Diversas situações pitorescas e divertidas em que a magia está envolvida se desenrolam com os alunos e professores.

A situação fica cada vez mais complicada, com o envolvimento de policiais a ameaça dos inquisidores e intrigas entre os alunos até que Cretomanci entra em cena. É um livro muito divertido, com confusões típicas de uma escola, mas também com elementos de magia e fantasia. Um dos pontos positivos do livro é justamente o desfecho, muito interessante e criativo.

2011, como será?

É pessoal, 2011 já está aí com força total!

2010 foi um ano bom. Retomei a Multiversos, reescrevi um livro e escrevi um livro novo, ainda sem título. (e como está difícil escolher o título deste livro!). Fiz novas versões e-book para Olhos Negros, e novas capas para Olhos Negros e Maré Vermelha. O livro reescrito, Memorial de Quill, foi uma história à parte. Havia enviado a versão anterior para uma editora, que após alguns meses me deu uma resposta que foi para mim como um desafio. “Olha, você não escreve mal, mas seu livro tem esse, esse e aquele problema. Ou você reescreve, ou nos envia algum outro livro seu”. Bom, aceitei o desafio em alguns meses reescrevi o livro que para mim passou a se chamar de “O Novo Memorial de Quill”, mas claro, o nome do livro mesmo é só: Memorial de Quill.

Em 2011, penso muito em continuar o “trabalho de minhoca”, talvez tenha pouca visibilidade, mas acredito nos resultados em longo prazo. Quem sabe também arrumar mais colaboradores para o Selo Multiversos… O negócio é escrever cada vez mais, ler bastante e praticar a escrita de resenhas. Uma das coisas que estou descobrindo sobre esta prática de resenhar é que nem todo livro te motiva tanto para a escrita de uma resenha. Sinto que os que as resenhas mais me motivaram foram a de Dragões de Éter – Caçadores de Bruxas, de Raphael Draccon e A Corrida do Rinoceronte, de Roberto de Sousa Causo.

Estou chegando a 50% da segunda versão deste novo romance. Aproveitei a dica do Stephen Koch, em Oficina de Escritores, e arrumei vários caderninhos para estar sempre escrevendo. Escrevi esse livro novo, todo à mão (fazia tempo que só escrevia no computador). Agora estou a digitar o manuscrito, mas neste processo, vou construindo uma segunda versão e, com certeza, sinto que o texto está ficando aprimorado.

Bom, tem muita coisa pela frente. Já comecei dois novos romances (sem título). Um das Crônicas Delorianas e outro da série: Pentateuco dos Cinco Heróis. Sigo tentando fechar quatro outros que estão em andamento, que são: O Livro de Yara, Fizarco, O Oráculo Esquecido (Vol 3, Trilogia do Novo Elo) e Ruínas. Ou seja, seis livros em andamento, mais o sétimo cuja primeira versão do manuscrito está concluído e sigo refinando para chegar à segunda versão.

Então, bom 2011 para todos nós! E mais livros e menos TV para todos!

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