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A Ilha dos Ossos – Ana Lúcia Merege

É bem difícil escrever resenhas de continuações sem dar spoilers dos livros anteriores. Então, se não quiser absolutamente nenhum spoiler, melhor não ler…

É o segundo livro da trilogia que introduz o mundo mágico de Athelgard. Temos uma nova aventura agora protagonizada por Kieran, o Mestre das Águias, que conhecemos no livro anterior, O Castelo Das Águias. A troca do narrador feminino (Anna de Bryke) para um masculino dá outro tipo de energia à série. (O spoiler é: sabemos que Kieram não morre no primeiro livro, mas ok, ele está na capa). 

É uma história típica de busca, na qual Kieram terá que enfrentar inúmeras dificuldades para conseguir resgatar alguém muito querido. O maior problema de Kieram é um juramento que fez e que o atrapalha de cumprir sua busca. Esse juramento do protagonista mostra o quanto ele é fiel à sua própria palavra e, ao mesmo tempo, é um pouco difícil de assimilar. Somente um fanático daria mais valor à sua palavra do que à chance de salvar a vida de alguém querido. Bem, fora este detalhe, é uma aventura na qual o leitor começa a conhecer o mundo fora do próprio Castelo das Águias e da cidadezinha próxima, as únicas localizações detalhadas no primeiro livro.

É também uma jornada marítima, passando em lugarejos como a Aldeia dos Juncos e Bulforg, e cidades como Bradannen. Uma história cheia de navegantes e piratas. Nesta aventura vemos um pouco mais do que um mago experiente é capaz de fazer, mas Kieran não cai no estereótipo de mago fisicamente frágil, ele é um ex-soldado e tem gosto por resolver muitas questões usando suas espadas.

Mesmo tendo mais ação e um pano de fundo tenso, a narrativa não tem ênfase na violência, apesar de discutí-la, em algumas passagens, de modo interessante. Há uma discussão entre Anna e Kieram, em particular, que explora a questão da violência contra a mulher e a diferença de visão que homens e mulheres podem ter a respeito. Gosto, de modo geral, de como a autora posiciona as personagens femininas na trama, de modo semelhante que a autora Marion Zimmer Bradley faz em suas obras, como por exemplo, a protagonista de A Dama do Falcão, da série Darkover, ou mesmo Ursula K Le Guin, com Tenar em As Tumbas de Atuan

A narrativa ter um ritmo próprio, até meio lenta em algumas passagens, semelhante ao que vimos em O Castelo das Águias. Próximo ao desfecho, surge um elemento de interesse: um misterioso corvo. E é relacionado a este que vemos o desfecho da obra, possivelmente abrindo um novo gancho para o que veremos na continuação da série. Fica minha recomendação para a série, se ainda não leu, e também para este segundo volume.

3.5 / 5 stars     

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  1. Muito obrigada pela leitura atenta e pela resenha. Espero que goste ainda mais de A Fonte Âmbar!

    • Carlos

      Obrigado por passar por aqui! Certamente, já comprei o livro. A Fonte Âmbar está entre minhas próximas leituras.

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